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BELCHIOR

22/10/2016 - Por marcio joão scaléa
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Nascido no Ibiá, garimpeiro e pescador.

Solitário. Gostava da lida pesada de derrubar a mata, encoivarar e queimar. Ou de "bater pasto", mestre na foice. Ou mesmo de ajudar na construção de cercas, mas já incomodado por ter que trabalhar com o grupo e por ver que as cercas que construia passavam a impor limites ao seu mundo e à sua liberdade.

Livre. Não se prendia a nada nem muito a ninguém, profundo conhecedor dos poços do Quebra-Anzol, de onde tirava infaliveis dourados. E dos barrancos do Lageado, de onde tirava em dia de sorte, algum xibiu.

Feliz. Fumante inveterado, alem de apreciador de uma cachacinha, sua felicidade era muito simples : uma garrafa da branquinha, um pacotinho de fumo com a binga, umas linhadas e a bateia, um saquinho de sal. O resto Deus provia. E ele passava semanas tentando a sorte nos barrancos e nos poções.

Basta cabeleira, muito bem cuidada, foi a perdição de muita morena desde Minas até o Goiás.

Ultimamente não andava bem, problema na próstata, pulmão atacado, rins preguiçosos, ele passou a viver meio confinado entre enfermarias e casas de apoio. Biopsias e radioterapias eram sua rotina. Mas sempre alegre, contando os causos que presenciara em sua vida tão simples e tão rica. E o ponto alto de seus causos era quando contava o acontecido com um certo conhecido seu lá do Ibiá. O nome ele não declinava, vamos chamar de Zé.

O Zé, meio entendido de farmácias e de remédios, ao se sentir fraquejar no trato com o sexo oposto, não teve duvidas :

- Brechó, quero ver a danada daquela morena zombar de novo de mim. Vou tomar uns 2 viagras e vou me encontrar com ela, quero ver ela falar que meu passarinho só quer saber de "beber água".

Mas a ansiedade levou o Zé a reforçar os 2 viagras com umas doses de cachaça, cujo efeito foi devastador: o passarinho do Zé, que antes só queria saber de beber água, fazia uns 3 dias que só esticava o pescoço para cantar, o Zé não aguentou. Foi parar no hospital, onde um "sossega leão" que o Doutor aplicou, abaixou a crista do passarinho do Zé.

E o Brechó terminava o causo entre sonoras gargalhadas, e esta é a imagem que guardamos dele, ilha de bom humor no meio de tanta dor e tristeza :

-Agora o passarinho do Zé nem com viagra canta mais.

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