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Trotistas Etrostkistas (Drepo F70)

03/11/2015 - Por eduardo pires castanho filho
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Notícia de hoje nos jornais remete a 1967, início do ano. O trote havia sido meio descontrolado em algumas repúblicas o que suscitou a abertura de um inquérito policial junto à ESALQ. O diretor, pressionado ou não, resolveu assumir uma linha dura e exigiu que o CALQ eliminasse o trote ou os trotistas seriam expulsos.

Que situação!

Apesar do trote ser uma tradição na escola, havia uma boa parte dos alunos que era contra a prática, principalmente as "raladas".

Entre os trotes mais populares estavam:

A bundografia: O calouro tirava as calças, oferecia o bumbum aos veteranos que o pintassem de várias cores e faziam o bicho subir numa escada de costas e carimbar seus glúteos na parede da sala da república. Com o passar dos anos os locais rareavam e a bundografia ficava cada vez mais perigosa, dada a altura a preliminar afofada com cachaça.

O nasobol: também com a bichada sem calças (o mania!). Formavam- se dois times e pintavam-se os narizes de um time de uma cor e os do outro time de outra. De cada lado da sala era colocada uma cadeira como trave do gol. A bola era um limão. A bola tinha que ser conduzida e chutada com os narizes. Raramente saia um gol, mas os times se esforçavam bastante. Nos intervalos os bichos eram abastecidos com cachaça para animarem um pouco.

A cama elástica: esse já era um pouco mais perigoso, digamos assim. Vendava-se o bicho e ele era colocado deitado numa cama de lona. Diziam para ele que a cama seria erguida até o teto mediante uma série de balanços. A uma certa altura mandariam ele se sentar e quando sentisse o teto batendo na cabeça era pra pular. Acontece que o chacoalho da cama era apenas pra enganar. A cama ficava bem baixinha do chão e quando o bicho sentava colocavam um pedaço de eucatex na cabeça do infeliz. Não raro o coitado de esborrachava no chão apesar da pouca altura, já que esperava e se preparava para cair de uma altura bem maior.

Pra variar, a coisa acabou politizada entre esquerda (contra o trote) e direita (a favor do trote), apesar de o Diretor da Escola, que era considerado de direita ser contra o corte. Coisas esalqueanas, como foi o caso do professor Salvador de Toledo Piza, que do alto dos seus mais de 80 anos, compareceu à uma assembleia e disse que queria fazer uma defesa. O presidente respondeu que dois já haviam falado contra e só restava uma vaga para falar a favor. Em que direção seria o pronunciamento do professor, perguntou. Disse o prof. Salvador "vou falar a favor de um jeito que vai ser contra". Era para saber se a disciplina de moral e cívica seria ou não considerada para efeito de aprovação dos alunos.

Voltando ao trote, acontecia que no grupo dos expulsáveis tinha gente de todo tipo. Foi marcada então uma assembleia para decidir a questão. Na hora a coisa estava bem dividida, mas a extinção do trote acabou ganhando, e vigorou pelo menos até o início dos anos 70.

Eduardo Pires Castanho Filho (Drepo F70) Engenheiro Agrônomo, Ex morador da Republica do Pau Doce

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