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Administrar o tempo é preciso III (Vavá; F66)

26/02/2018 - Por evaristo marzabal neves
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Administrar o tempo é preciso III

Evaristo Marzabal Neves – Outubro 2006

(reflexão passada aos ingressantes em Engenharia Agronômica – Tema: Administração do tempo)



Aprender e apreender são sinônimos? Penso que são complementos. O “fazer aprender” se encaixa como aprender, pois se toma conhecimento em sala de aula com os conteúdos programáticos (receita pronta), enquanto o “aprender fazendo” é direcionado ao apreender. Aprender é tomar conhecimento, enquanto apreender é tomar conhecimento mais armazenar ou guardar mentalmente. Por isso é que muita coisa que se aprende não é guardada, mas se apreende quando há motivação e interesse (fazer apreensão mental), isto é, pratica-se o objeto aprendido e guarda-se na memória.

É natural que muitas coisas de interesse, às vezes, não são guardadas pois há ruídos ou distúrbios que prejudicam este armazenamento e que, em parte, estão ligadas a uma melhor administração do tempo e de sua vida. É a associação que tento fazer a seguir.

Na edição da Veja de 07/06/06 (edição 1959, ano 39, n. 22) à página 150 – “O que faz mal à cabeça”, cita, com base em pesquisas médicas, “que lapsos de memória só devem preocupar quando estão associados a casos de doença ou cansaço crônico”. Na leitura, vejo que é possível passar ao jovem universitário uma associação com a racionalização e melhor administração de seu tempo. Vamos lá.

Condições prejudiciais à memória:

1)    Falta de sono. As pesquisas mostram que 83% dos estudantes que dormem pouco têm dificuldade para memorizar o conteúdo das aulas. (Adendo nosso) Portanto, poucas horas de sono ou adentrar madrugada sistematicamente (baladas e promoções), é certo que quase nada se apreende no dia seguinte

2)    Alcoolismo. As pesquisas mostram que o hipocampo de um beberrão é 10% menor que o de uma pessoa sem vícios. Essa é uma região vital para a memória. (Adendo) Portanto, todo o cuidado é pouco com bebedeiras constantes.

3)    Stress. As pesquisas mostram que 90% das pessoas que passam por situações de stress prolongado, tem dificuldade para lembrar-se de dados recentes. (Adendo) Portanto, lembre-se de identificar os fatores estressores e ir eliminando-os (logo, se possível). Não deixe acumular em seu intimo, pois os estragos são grandes.

4)    Depressão. As pesquisas mostram que sentimentos de tristeza e rejeição podem reduzir o QI em torno de 25% porque atrapalham a concentração. (Adendo) Como no caso dos “estresses”, tente, de saída, descobrir fatores que podem levar à este estado e administrá-los de forma a não cair em depressão (profunda).

5)    Consumo de remédios pesados. As pesquisas mostram que os ansióticos, mais conhecidos como tranqüilizantes, podem causar um déficit irreversível de memória quando tomados de forma crônica e abusiva.

6)    Alzheimer. As pesquisas mostram que esquecimentos são um dos primeiros sintomas notados nos doentes. O mal de Alzheimer afeta 10% da população com mais de 65 anos no mundo. Um adulto normalmente esquece 90% do que lê, 80% do que escuta, 70% do que vê e 30% do que fala. (Adendo) Embora, sejam características próprias para o idoso, pois é natural que a capacidade de retenção de informações vai se reduzindo, é bom que o jovem não acelere esse processo ao deixar para mais tarde (adiar), se omitir ou negligenciar, as 5 condições anteriores 


Jovem, mãos à obra. É possível cuidarmos ou administrarmos melhor nosso tempo e nossa vida. 

Lembre-se de Marques de Marica: “O jovem devasso pode emendar-se; o velho vicioso, este é incorrigível”.


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Evaristo Marzabal Neves (Vavá; F66), é Prof. Titular no Depto. de Economia, Administração e Sociologia - ESALQ/USP e Sócio Mantenedor da ADEALQ.

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