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O Fim da Grande Mentira (Big-Ben; F97)

20/03/2015 - Por mauricio palma nogueira
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Maurício Palma Nogueira

 A capacidade do PT e de seus seguidores para produzir e replicar deturpações da verdade é impressionante. Seguidores diplomados vivem quase um estado de hipnose diante das argumentações totalmente fora de propósito dos petistas. Esqueceram-se que foram treinados para pensar, liderar e não para seguir cegamente.

Confirmados os números de 2,2 milhões (polícias militares) a 2,9 milhões (organizadores), a mídia a soldo, paga para defender o grande patrocinador, saiu em busca de minúcias que pudessem questionar ou minimizar as inequívocas vozes das ruas.

Juca Kfouri iniciou um artigo com os dizeres "esqueça que vestir a camisa da CBF e ser contra a corrupção é uma contradição em si mesma." Bastou para que os seguidores saíssem apontando a incoerência de quem usa camisa da seleção brasileira em um protesto contra a corrupção.

No entanto, nunca se teve notícias de uma pessoa que entrasse em uma loja disposta a pagar pela camisa da CBF. As pessoas querem e compram a camisa da seleção brasileira. E, legalmente, quem detém o direito de vender camisas da seleção brasileira é a CBF. Portanto, quem decide vestir a camisa da seleção do país, de torcer pelo Brasil, e optam por comprá-la pelas vias legais, precisa necessariamente comprar a que é vendida pela CBF.

A opção à camisa da CBF é a pirataria. Será tão difícil compreender este mero detalhe? É um ultraje que um raciocínio destes venha de alguém do gabarito do senhor Juca Kfouri.

Os petistas confundem as coisas. Acreditam que a seleção seja da CBF, assim como as instituições e o patrimônio público seriam do PT. Por isso nem coram ao relativizar a corrupção; para eles não estão subtraindo ou assaltando o patrimônio de todos. Eles se acham donos. Na concepção deles, a Petrobrás é um ativo do partido vencedor, a ser espoliado entre os companheiros.  

Me lembro de um professor petista anos atrás, quando o FHC ainda era presidente, discursando que não pagava impostos porque o país era governado pelo PSDB. Esse é o tipo de pessoa que defende valores indefensáveis. Os ingênuos e os de mau-caráter iguais a ele - o professor! - vão na onda.

Dizem insistentemente que não havia negros nos protestos. Esse raciocínio da exclusividade branca nas manifestações esconde uma grave demonstração de insensibilidade e preconceito contra os negros. Não é preciso muito esforço intelectual para perceber o quão segregacionista é essa tese.

Dentre os negros, que se juntam aos cerca de 90% que não aprovam o governo da presidente Dilma, alguns, mais bem humorados, levaram na brincadeira e usaram a indignação para ridicularizar quem disse que não haveria negros. Um grupo apareceu na manifestação com um cartaz dizendo que eram representantes da elite branca. Outros, mais tímidos, marcharam discretamente, enquanto inúmeros devem ter evitado ir às manifestações por receio do constrangimento a que foram expostos anteriormente.

O objetivo do PT era esse, enfraquecer o movimento constrangendo os mais pobres e os negros com a tese de que ali não era o lugar deles. É chocante a quantidade de gente que endossou essa mais alta expressão de preconceito, racismo e desqualificação da capacidade crítica dos mais humildes.  Muitos nem se deram conta de que defendiam uma tese odiosa, ao mesmo tempo que buscavam posar nas redes sociais como cidadãos de elevada consciência social. É o custo de seguir sem questionar.

Foi essa a estratégia também usada pelo PT para meter medo em quem planejava ir à manifestação. Segundo eles haveria violência, risco de revolução, brigas, tumulto, etc. Mentira!!

Revoltado com essa mentira, e confiante no nível com que se daria a manifestação, resolvi levar a minha filha de dois anos para as ruas. Inicialmente eu não iria levá-la para preservá-la do desconforto.

Chegando à manifestação, testemunhei que havia diversas famílias com crianças, de todas as cores e todas as classes sociais. Ao dizer isso ontem, um pelego me perguntou se eu havia fotografado. Não! Não fotografei porque não considero anormal estar entre negros e pobres nos lugares que frequento. Diferente dos hipócritas, eu não faço essa distinção e nem tenho coragem de constrangê-los fotografando um a um. Que idiotice.

Chegando em casa, acompanhando a cobertura da manifestação, vi que havia crianças e famílias em todas as cidades onde foram registradas as manifestações.

Ainda nessa linha preconceituosa, Paulo Henrique Amorim produziu um dos vídeos mais desprezíveis que eu já tive o desgosto de assistir. Chamou todos os manifestantes de golpistas. A atitude é uma mácula irrecuperável na imagem de um jornalista que testemunhou a campanha Diretas Já e depois os caras pintadas, que acabaram por levar o Collor à renúncia antes do Impeachment.

Os que estão atacando a manifestação adotam um conceito deturpado de democracia. Para eles, ela só é válida desde que suas posições prevaleçam. Posições contrárias são consideradas golpistas, sempre. A palavra democracia só é empregada para maquiar o autoritarismo e a hegemonia que procuram.

Em artigo para o jornal Folha de S. Paulo, Vladimir Safatle seguiu a mesma linha da agressividade arrogante, típica dos que se julgam superiores aos demais. Com uma dose de ironia fora do comum até para os padrões de seus pares, insinuou que o público que esteve nas ruas no domingo esteve alienado a tudo desde a marcha da família em 1964. Enumerando alguns poucos exemplos de pessoas que saíram às ruas com ofensas ou cartazes pedindo intervenção militar, esqueceu-se que esse mesmo público esteve também presente em 1984 e em 1992.

Em atitude típica de quem assume a posição de dono das sombras projetadas na caverna de Platão, também incorreu na soberba de querer pautar o que os manifestantes deveriam ter pedido. Convenientemente evitou tecer maiores comparações ou comentários à legitimidade das manifestações a favor das Diretas Já e Fora Collor. A postura do articulista é totalmente inadequada para um professor de filosofia da Universidade de São Paulo.

Por falar em manifestações anteriores, dizem que os 2,2 milhões de pessoas que foram às ruas já representa a maior manifestação da história do Brasil.

Será mesmo a maior? Vamos fazer um cálculo mais honesto, mantendo o número da Polícia Militar, instituição que reúne as melhores condições para estimar o público.

Usando o mesmo raciocínio aplicado para deflacionar os preços, é possível calcular a extensão de ambas as manifestações anteriores, caso ocorressem na população de 2015 e com a mesma intensidade. Em outras palavras, quantos teriam ido às ruas caso as manifestações fossem hoje e reunissem a mesma adesão?

Falam de 400 mil a um milhão de pessoas nas Diretas Já, embora o número mais aceito seja de 400 mil pessoas. Pela atualização, o número de presentes seria de 620 mil a 1,5 milhão de pessoas nas ruas, caso a população fosse a de 2015.

No caso da manifestação que pedia o impeachment do Collor, estima-se números de 70 mil a 650 mil pessoas na rua. Atualizando, hoje as manifestações teriam reunido entre 93 mil e 865 mil pessoas.

Ambas as manifestações contaram com a presença e liderança do PT, especialmente a que levou à renúncia o ex-presidente Collor, agora um aliado do partido. Para eles, portanto, são legítimas.

Os 2,2 milhões de pessoas superam a soma das estimativas mais altas, e atualizadas, do que são considerados os dois maiores exemplos de pressão popular na história recente da democracia. E os iluminados ainda insistem em questionar a legitimidade?

Querem teimar que o contraditório número do Datafolha seja o correto? Tudo bem, mas tampouco é possível se satisfazer com essa enganação, pois o total que foi às ruas no 15 de março ainda seria proporcional ao número mais alto que se mobilizou para pedir pelas Diretas Já, corrigindo para a população de hoje. Como o número mais aceito é o das 400 mil pessoas, menos da metade da estimativa superior, a manifestação de 15 de março é, sem dúvida, e incontestavelmente a mais expressiva da história democrática do país. Não há o que discutir.

Para os cálculos foram consideradas as populações de 130 milhões, 151,5 milhões e 201,6 milhões para os anos de 1984, 1992 e 2015, respectivamente.

No caso da incoerência entre os dados, não custa lembrar que o Datafolha rifou a sua credibilidade. Mesmo diante da incrível diferença entre a densidade, ocupação espacial e quilometragem ocupada na avenida Paulista e adjacências, o instituto teve a insensatez de marcar 210 mil manifestantes no domingo, contra os 40 mil que estimou na sexta-feira. Não é preciso nem comparar os números do instituto com os da polícia. Basta comparar os dados do próprio instituto, que também se contradiz na estimativa de público presente no último réveillon e na parada gay de São Paulo.

Se discordam da pecha de desonestos, é imprescindível que corrijam os dados publicamente e revisem a metodologia.

A confiabilidade da metodologia e as contradições presentes nos próprios dados do Datafolha reforçam a confiabilidade da estimativa da Polícia Militar, na qual será baseado o raciocínio seguinte. 

Na segunda-feira circulou uma análise do perfil dos manifestantes em Porto Alegre, realizada pelos institutos Amostra e Índex. Segundo os dados, apenas 5% dos manifestantes estavam na faixa de renda entre um e dois salários mínimos. Outros 22,7% recebiam de dois até cinco salários mínimos.

Não procurei saber se fizeram o mesmo estudo em outras capitais. O que me interessa é o dado que foi usado para reforçar a argumentação de que a manifestação é coisa da elite branca, outra informação replicada exaustivamente pelos reacionários.

Porém, se os 5% forem extrapolados para todas as regiões do Brasil, a quantidade estimada de pessoas com renda inferior a dois salários mínimos presente na manifestação será de 110 mil. Esse número é mais do que o dobro do total que foi registrado na marcha pró governo convocada para sexta-feira anterior, dia 13. Foram 54 mil pessoas no total. O dobro de pessoas de baixa renda, portanto, marcharam contra o governo.

Mas os dados do Rio Grande do Sul poderiam ser extrapolados para as demais regiões? A resposta é não. Com exceção de Santa Catarina, as proporções dos mais pobres tendem a ser maiores nas demais regiões, piorando ainda mais o balanço para os petistas e seguidores. Era esperado que os defensores do governo se abraçariam aos dados que mais confirmam suas teses; não dá para contar com a honestidade intelectual por parte dos chapas branca.

A análise também levou em consideração a cor da pele. Em Porto Alegre, uma cidade com maior proporção de brancos, contou 9,9% de negros e 2,9% de pardos presentes na manifestação. Mais uma vez, aplicando o mesmo raciocínio e extrapolando os dados para todo o país, estaríamos falando de 217,8 mil negros e 63,8 mil pardos.

A manifestação contra a Dilma Rousseff e contra o PT teria reunido, no mínimo, o dobro de gente de baixa renda, e quatro vezes e meia mais negros do que todo o volume de manifestantes da sexta-feira. Digo no mínimo porque a quantidade de negros e pessoas de baixa renda nas demais regiões serão bem maiores, caso a análise seja replicada.

Abrindo um pequeno parêntese, é importante ressaltar que a marcha pró governo foi uma fraude. Misturaram diversas iniciativas, incluindo greves de algumas classes, com a presença de manifestantes contratados motivados pela oferta de dinheiro e sanduíche. Nada que cause espanto, depois do ex-presidente Lula ter afirmado em assembleia que os manifestantes não querem mais participar sem receber algo em troca. Professores em greve, por exemplo, chegaram a vaiar quando o líder falou em favor da Dilma Rousseff no microfone. Portanto, a marcha de sexta-feira foi um engodo, uma tentativa fracassada de demonstrar uma força inexistente. Fecha parêntese.

Os defensores do status quo estão tão habituados a agir como papagaios, que saem por aí repetindo dados sem nem antes analisá-los.  Os próprios dados que divulgam acabam por mostrar as contradições do que defendem. Não seria falta de raciocínio? O vídeo todo do Paulo Henrique Amorim é baseado nessa tese, o que prova a superficialidade que caracteriza a atuação do jornalista. Não é uma boa fonte de informação.

A quantidade das pessoas de baixa renda, ainda assim, representa pequena parcela dentre os manifestantes em razão as próprias condições em si. Para eles, a dificuldade de deslocamento e o custeio é maior, diante do orçamento disponível. O sacrifício para desistir do merecido descanso também é proporcionalmente mais significativo, especialmente quando se considera o transporte caótico e as distâncias a serem percorridas nas grandes cidades.

Vale lembrar que as condições dos mais pobres pioraram ainda mais em 2015, justamente pelo aumento do custo de vida. Em outubro, o risco de que essa piora na qualidade de vida aconteceria era considerado intriga, terrorismo e golpismo da oposição.

A popularidade da presidente é prova inconteste da insatisfação geral da população.

E por que não foram registradas maiores quantidades de negros nas manifestações? Ora, porque infelizmente representam a maior parcela da população de baixa renda, prova inequívoca de que as políticas demagógicas dos últimos 12 anos não alteraram em nada a triste realidade do Brasil. E o PT, discursando mais que bêbado de boteco, ainda insiste em culpar os tucanos que governaram por apenas 8 anos entre 1994 e 2002, numa condição conjuntural muito mais adversa do que os anos petistas. 

Inconformados e mais desesperados ainda diante do estrondoso sucesso da manifestação, num ápice de vigarice intelectual, passaram a comparar a quantidade de gente nas ruas com o número de eleitores da Dilma Rousseff no último pleito; tentativa torpe de defender a estúpida tese do terceiro turno.

Quanta falácia!! Como tem gente que despreza retumbantemente o próprio cérebro.

Além de negligenciar as duas grandes manifestações populares que mudaram a feição do Brasil nos últimos anos, ignoram a natureza totalmente diferente de uma eleição em relação a uma manifestação. A burrice não pode explicar toda essa falta de raciocínio; a má-fé está presente.

Mas vamos lá, bravos iluminados declaradores de que conhecem melhor a história. O comparativo a ser feito com as eleições não é o total de pessoas que foram às ruas se manifestar no domingo, mas sim os índices de aprovação do governo das últimas pesquisas, ao redor dos 10%!!

Criticam também a presença de pessoas carregando faixas em favor da intervenção militar. Apesar de raríssimas, sempre são destacadas pela polêmica que causam.

Em Florianópolis, por exemplo, havia duas faixas num total de 30 mil pessoas. É fundamental ressaltar que a intervenção militar, ou a deposição arbitrária de um presidente pela força, é sim anticonstitucional. Ninguém em sã consciência questiona.

No entanto, é a mesma constituição que defende o direito de as pessoas pedirem também por intervenção, por mais absurda que julguemos essa solicitação.

Há quem levante bandeiras em defesa de drogas. Há quem as levante em defesa de ditaduras sanguinárias e opressoras em outros países. E há quem faça pior. Como se não bastasse levantar bandeiras contra o direito à propriedade, agem invadindo-as e depredando-as; não poupam nem centros de pesquisa.

Portanto, que hipocrisia é essa de condenar aqueles que solicitam, democraticamente, a intervenção militar? Ainda bem que estejam apenas levantando cartazes, ao invés de se reunirem em milícias para tentar impor pela força o que desejam, assim como fazem aqueles que serviram como instrumento de ameaça há poucos dias.

Mais vigarice ainda é associar a presença da mão norte-americana nos protestos, seja através da CIA ou de entidades secretas. A ironia dessa tese está na natureza idêntica das justificativas que permitiram a Nicolás Maduro aumentar o seu poder autoritário na Venezuela.

Com a desculpa de combater um golpe, e de preparar o país para uma imaginária invasão norte americana, a Venezuela passou oficialmente a funcionar como uma ditadura, com a supressão dos poderes legislativo e judiciário. O ditador agora governa por decreto. No domingo não faltaram faixas dizendo que o Brasil não era a Venezuela. Até venezuelanos aproveitaram o bonde para manifestar contra o governo de seu país, de onde precisaram fugir. Se fizerem isso por lá, com sorte, vão para a cadeia.

Portanto, filósofos articulistas pagos com os impostos dos paulistas, dobrem a língua antes de ridicularizar aqueles que consideram reais os riscos do Brasil se tornar uma Venezuela. A tese golpista é a mesma.

Dá para encher páginas e páginas descrevendo falácias e barcas furadas que as pessoas acabaram abraçando seguindo cegamente líderes despidos de escrúpulos. Desde difundir notícias mentirosas sobre hostilizações e espancamentos, até replicarem a foto de um imbecil que na sexta-feira 13 resolveu sair às ruas ridicularizando o nobre trabalho de quem lava privadas.

E a liderança que seguem não conhece limites. As falas do ministro Rossetto e da presidente Dilma Rousseff são assustadoras, embora previsíveis.

Insistem na tese de que há alguém se manifestando a favor do governo. Não há. Com exceção dos ingênuos cada vez mais envergonhados, e os pagos pelo governo e pelo PT nas redes sociais, praticamente não há mais quem se exponha para defendê-los.

Insistem na tese da reforma política. Mas querem a reforma através da agenda deles, que lesará ainda mais a democracia lá na frente. A tese da reforma petista é que, com o fim das doações legais de empresas para campanhas, a corrupção irá reduzir.

Alguém saudável mentalmente acredita que as doações ilegais por debaixo dos panos se reduziriam? Pasmem, mas os petistas propõem combater a corrupção com um modelo que beneficiará os corruptos ainda mais. E querem fazer isso justamente quando praticamente toda a cúpula do partido é investigada, ou já foi condenada, por corrupção. É subestimar demais a inteligência do brasileiro.

Seguindo os passos do ditador Venezuelano, continuaram insistindo no emprego da palavra golpismo, associando as manifestações com uma tentativa de terceiro turno; também não é preciso muito desempenho encefálico para concluir que esse raciocínio visa segregar os brasileiros que legitimamente estão insatisfeitos.

Quem não votou na Dilma Rousseff aceitou, embora frustrado, os resultados das eleições. As manifestações começaram a ganhar força na virada do ano, durante o apagar das luzes do primeiro mandato, quando o governo dava claros e inequívocos sinais de que aquele país maravilhoso que intentaram era uma fábula, criada para ludibriar eleitores. A reação da população não é golpismo; é revolta diante do maior estelionato eleitoral já aplicado no Brasil.

Os críticos diziam que aquele modelo de campanha eleitoral não era saudável, que criaria um problema social. Mas o PT, fiel à sua arrogância e certo de que a população brasileira é apática, insistiu num caminho perigoso, que segregaria a população. Conseguiram. Segregaram o povo brasileiro, mas não do jeito que queriam. De um lado ficaram aqueles que resolveram dar um basta à corrupção, ao autoritarismo, à demagogia, à incompetência e à hipocrisia. Do outro ficaram os alienados, os ingênuos, os pelegos. 

Os reacionários insistem em dizer que há disseminação de ódio por parte dos insatisfeitos. Outra mentira que só eles mesmos concordam. Está muito claro de que lado esse ódio foi disseminado e declarado.

Realmente semearam ventos. E ao verem as primeiras nuvens da tempestade se formando, acovardaram-se pedindo paz e diálogo, usando a democracia como desculpa para frearem o tom das críticas. Os manifestantes mantiveram a paz, não por seguir o exemplo dos que deveriam liderar a sociedade, mas sim por seguirem a própria consciência.

A sociedade acordou. Não aceita mais ver o mundo a partir das lentes nebulosas do PT e seus defensores. Os petistas não se conformam com a perda da hegemonia das ruas e do poder de ditar o que é certo e o que é errado.

Não adianta os sites chapa branca tentarem desmoralizar os líderes que organizaram as manifestações. O petismo também não foi capaz de compreender que ninguém está seguindo cegamente nenhum líder. São ideais que uniram os manifestantes; não líderes messiânicos. 

Os jornalistas começaram a compreender quem, de fato, são os representantes do PT.

A imprensa é feita por jornalistas e não pelos donos dos jornais. Os petistas subestimam e desprezam a capacidade, a honestidade e a independência de seus colegas que trabalham em veículos realmente independentes que criticam o governo, quando as mesmas se fazem necessárias. Taxam-nos de mídia golpista e se esquecem que pessoas sérias, do bem, trabalham naquelas organizações.

É a vez dos pelegos e dos chapas branca começarem a acordar. Seus colegas não estão mais se intimidando diante das bravatas acusatórias. O petismo está perdendo a capacidade de intimidar a parcela de jornalistas que, constrangidos, acabavam se julgando traidores de suas próprias crenças, ao criticar a postura suja e a incompetência do PT no poder.

Começamos a assistir as máscaras petistas caírem de suas faces marcadas pela hipocrisia.  É o início do fim da desonestidade intelectual, empacotada por diplomas de doutores que não pensam.

No domingo eu marchei orgulhoso junto com uma multidão pacífica, ordeira, cordial e seguidora da lei. Emocionado, com lágrimas nos olhos durante as diversas vezes em que cantamos o hino nacional, a cada passo que avançava, o pensamento que mais me ocorria era que vagabundo nenhum vai intimidar a sociedade brasileira com a ameaça de colocar um exército de bandidos nas ruas.

 

Maurício Palma Nogueira (Big-Ben)

Engenheiro agrônomo, formado na turma de 1997 da Escola Superior "Luiz de Queiroz", sócio e Coordenador da Divisão Pecuária da Agroconsult.   

 

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