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A curva de sobrevivência das tecnologias na agricultura.
01/03/2021 - Por evaldo kazushi takizawaAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
A tecnologia na agricultura definida como a aplicação prática do conhecimento científico ou uma coleção de técnicas utilizando-se de recursos inventados pelo homem e combinados com a natureza para chegar aos produtos agrícolas da colheita.
Neste contexto há muitos elementos entre os recursos produzidos pela humanidade utilizados na agricultura e várias delas perduram durante milênios, enquanto outras tem uma vida efêmera.
Quando uma nova técnica surge e torna-se disponível aos agricultores cabe uma reflexão sobre a taxa de sobrevivência e como ela se comporta ao longo do tempo, como muitas técnicas no início podem comportar-se com taxas de falhas maiores e reduzindo com o tempo e outras técnicas podem agir totalmente inversamente com poucos erros no início e com o desgaste do tempo aumentando os erros.
Um exemplo de técnica que inicialmente garante bons resultados é a adubação com fertilizantes minerais convencionais em solos pouco corrigidos quimicamente e a medida que uma monocultura se estabelece os resultados da adubação passam a ser cada vez menores.
No Cerrado brasileiro os primeitos 20 anos desde a abertura foi incrível os resultados com as fosfatagens e potassagens e hoje nestas mesmas áreas onde o agricultor aplicou todas a boas práticas agronômicas a resposta a essas adubações estão muito aquém das escalas dos ganhos iniciais.
A técnica para ilustrar uma situação com grandes falhas iniciais e posteriormente houve uma evolução no Cerrado brasileiro foi a qualidade da semeadura, onde no princípio as sementes de soja e milho eram distribuídas sem nenhuma preocupação de singularização e agora os cuidados para evitar sementes duplas chega a quase ser uma paranóia.
Este ciclo de erros e acertos garante a longevidade de cada uma das técnicas oferecidas a disposição do agricultor, uma grande omissão dos desenvolvedores de novas tecnologias é não mensurar o impacto negativo por problemas destas tecnologias ou por mau uso dela quando o trabalho de educação e treinamento não passou por todas as etapas da conscientização.
Para todos os desenvolvedores de novas tecnologias para agricultura faço uma provocação, antes de procurar seduzir o agricultor sobre as vantagens de seu produto, advogando sempre em prol delas, deixe o próprio agricultor decidir, comparando os benefícios versus os prejuízos oferecidos pela nova tecnologia e para isso auxiliar o agricultor relacionando uma perda para cada ganho potencial.
Guaimbê (Evaldo Kazushi Takizawa) – Engenheiro agrônomo F90.
Ex-morador da república SS Pau Torto.