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A ESALQ e Piracicaba, que eu adoro tanto (Vavá; F66)

22/10/2017 - Por evaristo marzabal neves
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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(artigo escrito em 01/10/2001, Centenário da ESALQ)


A ESALQ e Piracicaba, que eu adoro tanto

Evaristo Marzabal Neves (F-66)


Responda - me: qual Escola, anualmente, consegue reunir tantos ex-alunos de uma só vez na comemoração de seus quinquênios? Se a resposta for ESALQ, acertou em cheio. Por que?

A Semana Luiz de Queiroz, de 08 a 13/10, um dos eventos magnos do Centenário da ESALQ, já registrava, em 30/09, adesões de 1.478 aniversariantes e 1.617 acompanhantes para o encontro do dia 13. Qual Escola consegue reunir tanto?


Quem explica este encanto misterioso que hipnotiza, automatiza e move o ex-aluno a retornar à sua antiga casa de ensino e à sua cidade adotiva: Piracicaba? Parceria perfeita (ESALQ-Piracicaba), indissolúvel e indissociável, um único espaço. Quem volta um dia para ver a ESALQ, quer rever Piracicaba. Chova ou faça sol.


E, antes de voltar a Escola, vai rever e recordar o Salto, o Mirante, a Rua do Porto, o velho centro e os "footings" na praça da Catedral, a rua onde morou a namorada e onde estava sua republica, o bondinho (hoje na Escola), o Café Haiti, o CALQ, o "A Encarnado", a Casa do Estudante, recordar o Nhô Quim e seu grito de guerra "caixara de fórfe, cuspere de grilo...carcanhá de bode, tocera de grama e já que tá que fique", os bailes no Coronel Barbosa e Clube de Campo, a tatuzinho, gengibirra, tubaínas e outras da "danada da saudade é que me atrapalha". E, os cinemas, palcos de tantos namoros? Ainda sobrevivem no imaginário do esalqueanos dos anos 50, 60, 70..os cines: Politeama, Palácio, Teatro São José, Broadway, Colonial e Paulistinha.


Lágrimas, tristezas, saudades dos anos 50, 60, 70... da Piracicaba amiga e acolhedora, que facilitava a vida de todos nós. Tal amor à ESALQ e à cidade, nos tornou  "cidadãos piracicabanos" (título da alma nativa). E alguém, com este título tão íntimo, quer encontrar alguma razão para voltar um dia.


Felizmente, décadas passadas, esalqueanos imaginaram uma Associação que motivasse este retorno. Surgiu a ADEALQ (Associação dos Ex-Alunos da ESALQ), responsável por esta volta dos filhos de Luiz de Queiroz à Escola e à Piracicaba. Em tempo: uma reverência aos incansáveis esalqueanos Roque Dechen, Rubens Angulo, Valdomiro Miyada, Quirino Carmello, Casimiro Gadanha Jr, Raffaella Rossetto, Evanilda Próspero, eterna Diretoria e a dedicada secretária Adriana Zampaulo, responsáveis diretos por estes momentos inesquecíveis. Quanta luta, quantos méritos.


Como homenagear Piracicaba no retorno das gerações do século passado?


Como ex-aluno aniversariante (F-66, 35 anos) vem a mente, puxar de meu discurso de paraninfo da F-2000 e soltar as palavras, reavivando um estado de espirito de saudade única, para quem vai e para quem volta. Então, repito: "E, agora, que você está partindo (chegando), saudades ficando e vindo, porque não uma reverência à cidade que os acolheu, guardando, para sempre, o que Newton Mello compôs?


Numa saudade, que punge e mata,

Que sorte ingrata, longe de ti;

Como um suspiro triste, sem termo,

Vivo no ermo desde que parti,

Piracicaba, que eu adoro tanto;

Cheia de flores, cheia de encantos;

Ninguém compreende a grande dor que sente

Um filho ausente a suspirar por ti.


Ah! Deixe-me ainda dar mais uma cutucada em seu coração, lembrando do entardecer ensolarado na Rua do Porto e do pôr do sol, com matizes róseas amareladas manchando as alvas nuvens; do peixe na brasa, da piapara no tambor, do pintado no Mirante, da cerva estupidamente gelada, jogando conversa fora (Pô! Sô! Ninguém é de ferro) e cantarolando com Tião Carreiro e Pardinho:


O Rio de Piracicaba vai jogar água p"ra fora,

Quando chegar a água dos olhos que alguém que chora.

Duvido de que alguém não chore pela dor de uma saudade;

Quero ver quem não chora quando ama de verdade...

a ESALQ e Piracicaba, que eu adoro tanto.


Poxa! Nestes dias, descontração só faz bem. Nada de crise. Reunião festiva familiar. Matar a saudade, é preciso.


E, tome saudades! Sonhos juvenis, momentos fugidios, instantes que foram e foram... Só sobram recordações e quantas boas histórias! Piracicaba e ESALQ, ESALQ e Piracicaba, não interessa a ordem. É uma coisa só. 


Nós voltamos e basta. Pura nostalgia. E, na despedida: A bênção ESALQ... A bênção Piracicaba, que eu adoro tanto. Sempre um até logo, jamais um adeus.

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Evaristo Marzabal Neves (Vavá) - Prof. Titular - ESALQ/USP, Turma F-66.

 

 

 

 

 

 

                                           

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