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A venda de terras à estrangeiros e as reformas
10/02/2021 - Por jose roberto do amaral assyAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
O Senado brasileiro aprovou o projeto de lei PL 2.963 que permite a compra de terras rurais por estrangeiros, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.
Esse projeto, que é fundamentado nos princípios constitucionais da livre concorrência, teve uma repercussão polêmica.
Alguns alegam que o preço da terra vai subir e dificultaria o arrendamento e a compra de novas áreas, preocupação compreensível e pertinente, mas que contempla interesse especifico, de um grupo específico. E as terras, que são bens de produção, devem se estabilizar num valor compatível com a atividade, e já no médio prazo.
Outros afirmam que o país perderia sua soberania. Mas soberania tem a ver com a estrutura política do país, e não com quem é dono de terras. Até porque o projeto de lei é uma flexibilização com muitos limites pré definidos.
Risco ambiental e trabalhista, temas já bastante ordenadospor leis, também foram citados. Sabemos que estrangeiros são mais propensos a obedecer as leis, e o agro sempre se beneficiou da imigração.
Olhando nosso país como um todo, sem interesses específicos, com essa PL, enxergo a entrada de grandes investimentos e de pessoas e empresas capacitadas em nosso país. É tudo que precisamos, investimentos e ganhos de produtividade.
No artigo “Aquisição de terras por estrangeiros: Investimentos e geração de renda”, publicado no site da Veja em 30/12/20, e escrito por Marcos Jank, André Pessoa e Renato Buranello, o projeto de lei é qualificado como bom para o país, cujo resultado será o investimento saudável de longo prazo voltado a produção, com geração de emprego, renda e impostos, e além da melhoria ambiental.
Adiciono ganhos em logística e em toda a infraestruturado agronegócio.
Quem não quer geração de emprego e renda, segurança ambiental e melhorias na logistica?
E o que a venda de terras a estrangeiros tem a ver com a reforma administrativa e outras reformas importantes?
Como toda a reforma, os interesses particulares,compreensíveis e pertinentes para grupos pequenos, têm mais poder político que a grande massa da população, a grande beneficiada, especialmente no médio prazo.
Não creio que essa PL vá virar lei, falta passar pelo congresso e pelo presidente. É o custo da falta de lideranças políticas fortes, comprometidas com o bem comum e capazes de mostrar até para os grupos de interesse, o beneficio comum final. Todos perdem.
José Roberto Assy
Publicado no Jornal do Entreposto