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AGROdestaque entrevista Ágide Gorgatti Netto, engenheiro agrônomo (F-1961)

21/01/2011 - Por alicia nascimento aguiar
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Atuação profissional
Foi um dos primeiros engenheiros agrônomos a obter o Mestrado na Universidade da Califórnia - Davis - em Ciência e Tecnologia de Alimentos, ajudando no retorno na implantação do ITAL. Também foi um dos primeiros professores a dar aula de graduação e pós-graduação em Tecnologia dos Alimentos, na Unicamp. No período de 1971-78, foi Diretor Geral do ITAL e, de 1979-84, diretor executivo da Embrapa. Juntamente com o Dr. Ney Bittencourt Araujo, após participarem de um curso na Universidade de Harvard, introduziram, pela primeira vez no Brasil, o conceito de "agribusiness". Com bolsa da Fundação Fulbright, fez um pós-doutoramento na UC-Davis, ajudando a lecionar dois cursos a convite do Dr. Bernie Scheiwgert, entre 1987-8. Atuou como consultor de várias organizações internacionais como UNICEF, ILSI, Nutrition Foundation, Micronutrient Initiative e PATH, bem como prestou consultoria a inúmeras empresas nacionais.

Que tipo de profissional o seu mercado espera?
O mercado precisa de profissionais bem formados e treinados. É preciso que tenham conhecimentos sólidos agronômicos, de economia, de gestão e também a complementação de sua formação com conceitos básicos de interpretação de direito e leis. Na UCD - Davis tive a oportunidade de colaborar com um curso denominado "Food Law", dado em conjunto pelo Departamento de "Food Science" e "Law School". Hoje, para exercer qualquer atividade, as pessoas precisam assinar ou interpretar contratos, seja para alugar uma casa, ou para desenvolver um negócio. A multidisciplinaridade é fundamental. Finalmente, deve-se orientar o profissional para que se atualize constantemente.

O Sr. coordenou o projeto de adição de ferro e acido fólico às farinhas de trigo e milho, que virou lei no Brasil. Que outras medidas nesse sentido poderiam virar política pública e contribuir para a melhoria da qualidade de vida de populações de baixa renda?
Como consultor da "Micronutrient Initiative" e do Ministério da Saúde/Embrapa, colaborei efetivamente para que se tornasse obrigatória a fortificação das farinhas de trigo e de milho com ferro e acido fólico. Sugiro que duas outras medidas possam merecer a atenção das autoridades publicas e privadas: a)fortificação do arroz, consumido em programas governamentais, com algumas vitaminas e minerais essenciais a uma boa alimentação principalmente das crianças; b) estabelecimento da obrigatoriedade de noções de nutrição desde quando as crianças frequentam as creches, até o segundo grau. É preciso que orientemos as nossas crianças a se alimentarem melhor.

Entrevista concedida à Alicia Nascimento Aguiar
MTb 32531
21/01/2011
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