AGROdestaque entrevista Alexandre Figliolino, engenheiro agrônomo (F-1980)

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Sua atuação profissional envolve a Diretoria Comercial do Segmento Large Corporate do Banco ItauBBA para o interior de São Paulo com um grande peso do setor de agronegócio na sua carteira de clientes. O Banco ItauBBA seguramente é o banco mais completo do mercado de bancos de atacado brasileiro, atuando no conceito one stop shop. Seu leque de produtos é muito amplo e abrange aqueles ligados a serviços, como folha de pagamento e atividades relacionadas a cash manegement (cobrança, pgtos, etc), financiamentos para giro, investimento e financiamento de projetos, todos podendo envolver funding local e externo, produtos de tesouraria (aplicação, hedges, etc). É o banco líder de investimento no país, participando ativamente das maiores transações nas áreas de renda variável (IPOs, Follow-ons), renda fixa (debêntures, bonds, CRIs, etc) e fusões e aquisições com forte atuação no segmento do agronegócio. Com isto sua atuação e da sua equipe está focada em desenvolver os relacionamentos com os clientes com a maior profundidade e no mais alto nível possível, para que possam estar muito atentos as necessidades e as oportunidades de negócios que surgem, desde as mais simples, até aquelas de maior conteudo estratégico. 

Sem dúvida para um gerente de relacionamentos que atua com empresas dos mais variados setores, ser um bom generalista é uma característica bastante desejável. Evidentemente sem perder a generalidade, quanto mais profundo este profissional puder ser, mais densos serão os relacionamentos que ele conseguirá desenvolver. Como as relações são desenvolvidas entre pessoas, habilidade interpessoal é muito importante, sendo quanto mais eclético o profissional melhor.Como vocês podem ver as características mais de cunho pessoal desejadas ao profissional de área comercial de um grande banco encaixam muito bem com a formação e os valores que a ESALQ costuma proporcionar aos seus alunos através de uma vida acadêmica riquíssima.

Do lado da formação profissional, no meu caso sempre levei uma vantagem grande em relação a maioria dos concorrentes fruto da minha formação agrônomica que sempre me permitiu conversar com os clientes de forma mais profunda, pela formação, intimidade e conhecimento que desenvolvi no ambiente do agronegócio, já que considero entender com profundidade os problemas das empresas e colaborar na solução dos mesmos, nossa mais nobre função. Além da formação acadêmica básica, o profissional que vai atuar na área financeira, tem que fazer cursos de pós graduação ligados a administração e finanças, no meu caso fiz CEAG da FGV e mestrado no IBMEC. Se houver paitrocínio estudar no exterior é sempre uma oportunidade de vida excepcional, proporcionando grande amadurecimento pessoal, além do desenvolvimento da fluência num segundo ou terceiro idioma. Conhecer bem economia é muito importante pois os clientes estão sempre demandando informações, opiniões e muitas vezes tomam decisão com base nelas.

Com certeza hoje, o mercado financeiro oferece grandes oportunidades aos profissionais da área. Diferente da época que me formei, quando havia um grande aproveitamento de agrônomos em instituições financeiras, predominantemente em atividades burocráticas ligadas ao crédito rural, hoje em dia graças ao momento mágico que o agronegócio vive no mundo e em especial no Brasil, as oportunidades são imensas. Parto do princípio que é muito mais fácil ensinar economia, finanças, contabilidade, etc para um agrônomo do que ensinar Agronomia para um administrador ou economista. Com uma formação extremamente ampla e eclética, que é possibilitada pelo currículo dos melhores cursos da área existentes no país, o Engenheiro Agrônomo e afins pode ter uma atuação muito destacada no mercado financeiro, seguramente dos setores mais dinâmicos e empolgantes da economia.

A atenção dada ao agronegócio brasileiro pelas instituições financeiras, e pelo mercado de capitais é crescente, graças a vocação do país, que nos dá posição competitiva privilegiada, as mudanças de patamares de preço, que vieram para ficar, em função de alteração de hábitos de consumo, a questão da demanda de se atender ao mesmo tempo necessidades alimentares e energéticas, estamos vivendo um Mundo Novo, onde aquela frase "Agronomia, profissão do futuro" virou realidade e temos que ocupar no mercado de trabalho o lugar para o qual somos os mais vocacionados.

Entrevista concedida à Caio Albuquerque

MTb30356

29/04/11