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AGROdestaque entrevista Ana Flávia Ceregatti Zingra, engenheira florestal (F-2004)

02/03/2012 - Por ana carolina miotto
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Atuação Profissional
A busca de maior aprendizado sobre os produtos florestais não madeireiros a levaram para a Amazônia, em 2004, para realizar o estágio final do curso de Engenharia Florestal em Maués. Após formar-se, trabalhou com consultoria para levantamento de potencial extrativista na Floresta Estadual de Maués. Em 2005, integrou-se à equipe da Secretaria de Extrativismo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (SDS), realizando diagnósticos sócio-econômicos para embasar a criação e implementação de unidades de conservação do Estado do Amazonas. Em 2006, passou a coordenar a equipe sócio-econômica do Instituto Piagaçu, ONG co-gestora de uma unidade de conservação estadual. No início de 2007, ingressou no recém-criado Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, onde atua desde então como analista ambiental da Reserva Extrativista do Rio Unini, e como chefe desde junho de 2008.

Quais são as suas atribuições como analista ambiental?
Sou funcionária do Governo Federal. Atuo na área de gestão de áreas protegidas. Como chefe de uma Unidade de Conservação, sou responsável pela elaboração e implementação das ferramentas de gestão da UC (Conselho Deliberativo e Plano de Manejo), no atendimento ao público, na proteção do território, no monitoramento de uso de recursos, além de toda a parte administrativa da Unidade e da promoção da gestão participativa pelas comunidades da Reserva Extrativista e sociedade envolvida, e pela gestão integrada com as demais UCs do território do Baixo Rio Negro. Nesse sentido, atuo também como Presidente do Conselho Consultivo do Mosaico de Áreas Protegidas do Baixo Rio Negro.

Qual a importância da criação de Unidades de Conservação?
Acredito que a criação e implementação de Unidades de Conservação hoje é uma das mais eficientes políticas públicas pela conservação da natureza. No caso de uma Reserva Extrativista, estamos associando a conservação à busca de melhoria de qualidade de vida da população residente, da manutenção das tradições culturais e da promoção de cadeias produtivas mais sustentáveis e rentáveis aos beneficiários da UC.

Qual a atual situação do setor ambiental?
O setor ambiental está muito enfraquecido no Brasil. Temos aí o grande exemplo do Código Florestal. Na gestão de uma Unidade de Conservação, temos que enfrentar todos os desafios do descaso à natureza e à cultura tradicional existentes em nosso mundo. Além disso, a falta de recursos humanos, e os altos custos da conservação na Amazônia são dificuldades rotineiras. A logística amazônica é muito complexa. Uma viagem à Unidade leva dois dias de barco regional, por exemplo.

Que tipo de profissional esse mercado espera? 
Espera um profissional proativo e criativo, com a cabeça aberta para as novas tendências da gestão: a valorização da participação da sociedade e a integração com outras unidades de conservação. Profissionais corajosos, em busca não só de um emprego, mas de trabalhar pela conservação da natureza.

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