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AGROdestaque entrevista Anderson de Oliveira, cientista de alimentos (F-2007)

21/10/2011 - Por ana carolina miotto
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Atuação Profissional
Desde que graduou-se, trabalha na área de alimentos. Na ESALQ realizou estágio, no setor de pescado, orientado pela professora Marília Oetterer, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN). Foi diretor acadêmico do Centro Acadêmico de Ciências dos Alimentos (Cacal) e um dos alunos formadores do Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais (Geaf). No quarto ano da graduação, estagiou na área de pesquisa e desenvolvimento de produtos no Pastifício Selmi, grupo conhecido pelos carros chefes das massas secas e a farinha de trigo da marca Renata. Integrou uma área em expansão na fábrica de bolos e biscoitos da empresa. No final do estágio, foi efetivado e ficou responsável, junto à gerência, por desenvolver produtos como bolos prontos, macarrão instantâneo, pré-misturas, café e biscoitos. Conduziu o lançamento da linha de misturas para bolos da marca Renata e desenvolveu o portifólio inicial dos biscoitos laminados e recheados. Há dois anos, assumiu posição na equipe de Assuntos Regulatórios dentro do Departamento de Qualidade Assegurada e Segurança Alimentar da multinacional francesa Danone, líder em produtos lácteos frescos no Brasil. Suas principais funções são comunicar-se com o consumidor final por meio dos rótulos dos produtos e garantir a produção de alimentos seguros.


A que área ou setor se dedica atualmente? Descreva as atribuições do cargo que ocupa. Qual a importância delas para o mercado? .
Atualmente, me dedico exclusivamente à área de Assuntos Regulatórios das divisões de produtos lácteos e águas da Danone dentro do Departamento de Qualidade. A principal atribuição do cargo é garantir a conformidade na produção de alimentos seguros. Dentro desta responsabilidade maior estão inseridas diversas atividades como o registro de produtos lácteos no Ministério da Agricultura (Mapa), o monitoramento e acompanhamento do desenvolvimento das legislações Mercosul, Ministério da Saúde e ANVISA que, de alguma forma, influenciam o negócio, a rotulagem geral, a avaliação de claims (informação nutricional complementar), a avaliação do uso de aditivos alimentares nas formulações e a classificação dos produtos lácteos, entre outras. Uma atividade importante é a participação de grupos de trabalhos junto aos órgãos regulatórios e associações de classe da área de alimentos para discutir, acompanhar e propor mudanças no setor. As principais interfaces dentro da indústria são com os Departamentos de marketing, compras, desenvolvimento, ciência, nutrição e jurídico.


Qual a importância dessas regulamentações para o mercado?
São diversas as importâncias destas atividades ao mercado. Nenhum produto lácteo pode ser lançado sem ter o registro aprovado pelo MAPA, sendo assim temos uma etapa crucial no lançamento dos produtos. Qualquer mudança na legislação que gere um impacto ao negócio deve ser mapeada e acompanhada de perto e se possível contribuir para o desenvolvimento dela de alguma forma. Uma mudança no PIQ (Padrão de Identidade e Qualidade) de algum produto da empresa, por exemplo, poderia gerar um impacto em formulação e adequação de custo. Outro ponto é a rotulagem do produto, forma da empresa se comunicar com o consumidor no ponto de venda. É necessário clareza e o cumprimento das exigências regulatórias desta informação. Por exemplo, garantir que um produto no ato da compra apresente o claim de "rico em fibras" na rotulagem, requer diversas atividades regulatórias desde a elaboração do briefing de formulação com a equipe de desenvolvimento bem como as exigências na arte do produto junto a equipe de marketing para garantir que se traga este benefício de forma clara e segura para o consumidor no ato da compra e, conseqüentemente, um valor agregado diferenciado à empresa.


Quais os principais desafios desse setor?
Os principais desafios deste setor estão relacionados com atividades internas como redução de prazos e o cumprimento das exigências regulatórias sem comprometer a produtividade em todas as etapas da produção segura dos alimentos. Os desafios externos estão concentrados no relacionamento com as entidades regulatórias e a participação no desenvolvimento e acompanhamento das legislações na área de alimentos.

Que tipo de profissional esse mercado espera? 
O mercado espera um profissional dinâmico com um preparo técnico e aplicativo, que tenha habilidade para a gestão de situações adversas dentro da produção segura de alimentos pela indústria. Acredito que a formação dos cientistas dos alimentos da ESALQ promove o preparo ideal dos egressos para assumir diversos cargos do mercado. São essenciais o conhecimento em legislação de alimentos no Brasil e no desenvolvimento de produtos.


Entrevista concedida à Ana Carolina Miotto
Estagiária de Jornalismo
21/10/11
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