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AGROdestaque entrevista André Meloni Nassar, engenheiro agrônomo (F- 1994 )

22/03/2013 - Por lucas jacinto
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Atuação profissional

Após formar-se, realizou doutorado em negócios e comércio internacional pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, trabalhou como especialista em projeções e análise de mercados internacionais de açúcar e álcool na COPERSUCAR, como assessor do Conselho de Administração. Foi o pesquisador visitante da School of Foreign Service da Georgetown University e pesquisador sênior do Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial (PENSA). Foi membro da Global Alliance for Sugar Reform e assessor econômico da Sociedade Rural Brasileira (SRB). É membro do Grupo Técnico para as negociações agrícolas da Rodada de Doha, coordenado pelos Ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura do Governo Brasileiro. Atua como colaborador do G-20 como especialista em mercado mundial agrícola a pedido do governo brasileiro. É consultor e pesquisador em projetos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco Mundial, Cornell University, The William and Flora Hewlett Foundation, Rabobak International, entre outras organizações internacionais. Fundou, em parceria com o ex-professor da ESALQ, Marcos Jank, o Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), que realiza estudos sobre temas ligados à economia agrícola.

Qual a principal função do Icone no mercado?

Desenvolvemos uma ferramenta que permite projeções do desempenho da agricultura brasileira nos próximos 10 anos. Analisamos as tendências do mercado mundial que o Brasil pode ditar, assim como prevemos os impactos que o Brasil pode sofrer devido ao interesse  pela importação de produtos específicos que nossa agricultura oferece para países como a China ou Japão por exemplo, e a partir desta ferramenta, indicamos onde este produto será plantado, ou criado, a demanda por ração e os custos da distribuição deste produto final.

Qual é a utilidade destes estudos para as empresas?

O tipo de estudo que fazemos é o macro, no entanto, com foco em regiões, salientando que estes estudos de longo prazo, são públicos. Então, um produtor ou empresário pode encontrar este documento em nosso site e se basear nesse estudo para projetar seu crescimento para os anos que estão por vir.

Quais são os desafios deste setor?

O desafio maior é encontrar solução para problemas. Problemas que as empresas nos pedem para resolver ou os próprios governos e, principalmente, solucionar problemas de entidades de classe. Tivemos participação muito grande no reconhecimento do etanol de cana como combustível avançado nos Estados Unidos. A União da Indústria da Cana-de-açúcar, ( UNICA), teve este problema, e não iria conseguir fazer isso sozinha. Eles precisavam de uma parceria  acadêmica importante para fazer estudos aprofundados, publicar em revistas científicas e nós fizemos todos esses trabalhos. A partir disso, o governo americano passou a acreditar no que a UNICA afirmava, em parte, por conta do que fizemos. Essa foi a melhor conquista que tivemos nestes últimos 10 anos. Então nosso desafio é trazer soluções.

O que este mercado está exigindo do profissional recém formando?

Primeiramente, o mercado da economia agrícola não é gigantesco. O mercado disponível é mais o comercial. No entanto, todas as empresas possuem o que chamamos de B.Ibusiness inteligence, que em geral são agrônomos ou economistas, ou administradores que trabalham  nessa área. Todas as grandes empresas que estão nesta área tem esse setor. Sendo um agrônomo, ajuda muito, e como economista formado na ESALQ já é garantida a formação em economia agrícola. Mas o essencial é que o profissional possua um mestrado em economia aplicada, e estágios na área, pois este setor requer trabalhos complexos em micro economia, o B.I é muito baseado neste tipo de projeção, requer do profissional o conhecimento em análises quantitativas mais incisivas. É uma área muito boa a ser explorada nas ciências ligadas ao agronegócio.
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