Blog Esalqueanos

AGROdestaque entrevista Daniel Baptistella, engenheiro agrônomo (F-2000)

18/02/2011 - Por caio albuquerque
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

3185 views 0 Gostei 0 Não gostei
Atuação Profissional
Após formar-se em Engenharia Agronômica, em 2000, fez residência na Fosfértil, uma antiga estatal. Trabalhou entre 2001 e 2004 como analista de mercado e consultor da AgroConsult, uma das principais empresas de consultoria mercadológica e estratégica para o meio agrícola, onde prestava consultoria para multinacionais do mercado financeiro. Em 2004, montou uma empresa de call center chamada Motiva, que tinha como foco atender o setor agrícola e, paralelamente, o setor financeiro. De 2006 para 2007, quando a empresa já estava um pouco mais madura, assumiu a direção de produção em novos negócios do grupo Javaez, que produz principalmente na região Norte.

O mercado agrícola seguiu a tendência de que é necessário fornecer informações para o consumidor? Na mesma linha da sua empresa, outras empresas surgiram...
Sem dúvida nenhuma. Eu diria que, hoje, o setor agrícola continua com dificuldade em encontrar boas empresas que se relacionem com o consumidor final. As próprias empresas ainda não aprenderam a se relacionar com o consumidor, com a carteira de clientes, mas isso não é uma exclusividade do setor agro.

Como é seu cotidiano profissional?
Eu sou o gestor do processo produtivo e tenho obrigação de fazer com que a produção saia de uma forma adequada. O meu dia a dia é dividido entre escritório e campo, passo uma semana em São Paulo, uma semana nas fazendas (no Tocantins ou no Pará). O grupo tem cinco propriedades, com produção agropecuária, de grãos e reflorestamento, que é algo novo.

A interface com o ambiente também é algo que veio pra ficar na propriedade rural?
O maior ambientalista que existe é o produtor rural. Ninguém zela mais a mata do que o dono da fazenda. Ele tem orgulho daquilo, ele sabe que se ele acabar com a mata ciliar, ele fica sem água; e ele precisa daquela água para o consumo dentro da propriedade. Agora, é óbvio que o produtor rural precisa de condições para produzir, então qual é o trâmite? Ele tem uma propriedade? É necessário, até para essa propriedade ser produtiva, que ele tenha determinado percentual da propriedade aberta, em área limpa, para que ele possa produzir, seja para colocar boi, seja para colocar grão, seja para fazer floresta plantada, seja para frutas... Para dar o fim que ele queira. Se a fazenda não for produtiva, ela é passível de desapropriação. Efetivamente, ele precisa produzir. Só que é importante termos regras claras para que todos os produtores consigam produzir dentro da legalidade.

Você participa do movimento ‘Sou Agro". Qual sua função?
Eu sou agro, diretor financeiro da BRMA (Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócios), que foi uma das empresas e entidades que participaram ativamente para criação e execução da campanha Sou Agro. Na realidade, trata-se de um movimento para que o campo interaja com o meio urbano, e vice-versa, para que cada um conheça a sua história e entenda que eles estão muito mais próximos do que imaginamos. Fizemos uma pesquisa, que disse que a dona de casa não reconhece que o leite em caixinha é agro. Então o movimento busca destacar que a camisa de algodão que a dona de casa tem é agro, que a madeira da mesa dela é agro, de que o couro da cadeira da casa dela é agro.

Entrevista concedida à Caio Albuquerque
MTB 30356
02/12/11
PUBLIQUE NO BLOG!