AGROdestaque entrevista Gabriel Henrique Lui, gestor ambiental (F-2005)

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Durante a graduação em Gestão Ambiental, desenvolveu interesse por temas ligados aos fatores que têm direcionado a mudança no uso da terra em florestas tropicais, especialmente na Amazônia. Assim, focou sua formação em áreas como Ecologia da Paisagem e Humana. Após formar-se, passou um período no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), desenvolvendo projetos que visavam reduzir o impacto ambiental da pecuária e da produção de soja no Mato Grosso. Retornou à ESALQ para iniciar o mestrado e, posteriormente, o doutorado, no Programa de Ecologia Aplicada, no qual tem aprofundado os estudos sobre as alterações antrópicas na região amazônica. Também tem atuado como professor convidado em cursos de pós-graduação da área ambiental.

Minha atuação se concentra na área acadêmica. Tenho desenvolvido pesquisas para compreender o efeito de políticas públicas de transferência de renda no uso da terra e a dependência de recursos naturais entre pequenos produtores rurais da região Oeste do estado do Pará. Nesse sentido, é fundamental valer-se de uma abordagem multidisciplinar, que considere o peso de variáveis sócio-culturais, econômicas e biofísicas que compõem a complexidade da pesquisa e da gestão de políticas públicas ambientais em áreas rurais.

Eu acredito que um grande desafio da pesquisa acadêmica é abordar problemas pertinentes à sociedade brasileira que, não somente satisfaçam a curiosidade científica do pesquisador, mas também forneçam subsídios claros aos formuladores de políticas públicas e tomadores de decisão. Para isso é necessário que haja mais canais de diálogo entre a academia e o governo, para identificar e construir conjuntamente questões relevantes, que tragam respostas aplicáveis ao desafio de adequar as atividades econômicas aos limites dos sistemas ecológicos.

Assim como em outros setores de atuação, eu tenho visto, na área acadêmica, uma demanda crescente por profissionais que consigam identificar e abordar problemas de forma transversal, trazendo referenciais de áreas distintas e propostas inovadoras para solução de problemas relevantes. Atender essa demanda não é uma tarefa trivial, visto que a expectativa por uma base disciplinar sólida continua presente. Além disso, a habilidade para captação de recursos, a pró-atividade, a capacidade de comunicação, a afinidade com a sala de aula, a paixão pelo estudo e a sensibilidade aos problemas que nos afligem como sociedade são características fundamentais para os profissionais que pretendem atuar nessa área.

Entrevista concedida à Ana Carolina Miotto

Estagiária de Jornalismo

26/08/11