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AGROdestaque entrevista Leopoldo Saboya, engenheiro agrônomo (F-1997)

04/04/2011 - Por alicia nascimento aguiar
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Resumo da atuação profissional
Leopoldo Viriato Saboya é engenheiro agrônomo e mestre em Economia Aplicada pela ESALQ/USP. Atualmente, é vice-presidente de Finanças, Administração e Relações com Investidores da Brasil Foods, e faz parte dos quadros da companhia desde 2001. Neste período, desenvolveu atividades nas áreas de finanças corporativas, mercado de capitais, planejamento estratégico e inteligência competitiva.

Como executivo do setor alimentício, você considera que as empresas nacionais mantém um nível de competitividade diante do mercado global?
Eu diria que o Brasil é, atualmente, o grande destaque nessa cadeia alimentar, não só de alimentos básicos como também com bastante valor agregado. Só para lembrar, a Brasil Foods, empresa onde atuo, congrega as empresas Perdigão e Sadia, as quais tem a vocação de produzir alimentos, desde a transformação de proteínas vegetais em proteínas animais para depois passar pelo respectivo processamento, industrialização, venda nos mercados interno e externo. Dessa forma, a Brasil Foods, que é uma empresa genuinamente brasileira, é um exemplo vivo de que o nosso país é de fato muito competitivo em alimentos. Só para se ter uma idéia, nós somos o maior exportador mundial de carne de frango com 20% de tudo o que se negocia no mundo. Estamos falando de uma cadeia de valor agregado, que emprega altíssimo nível de tecnologia desde o desenvolvimento de culturas de milho e soja até a venda de produtos alimentícios com marca e conveniência. É uma cadeia de complexa gestão, comprovando a vocação brasileira de alimentar o mundo com produtos de qualidade e preço baixo.

Que tipo de profissional o seu mercado espera?
O mercado em que nós atuamos é um mercado bastante amplo e heterogêneo. Temos desde as atividades de agropecuária que envolvem veterinários, engenheiros agrônomos, zootecnistas. Depois, vêm todo o setor de transformação onde se destacam engenheiros de produção, administradores de empresa, economistas, ou seja, das mais variadas cadeiras. Eu diria que a ESALQ é um grande celeiro, pois além do tradicional curso de Engenharia Agronômica, os demais cursos da Escola têm, certamente, campo para o mercado atual. Mas, falando um pouco do perfil e menos da função técnica, acredito que o mercado necessite de jovens formados com espírito "mão na massa", que tenham responsabilidade, compromisso com a companhia e com qualquer tipo de projeto que seja apresentado a eles, e não alguém que esteja lá para querer subir na carreira em um, dois ou três anos. Deve ser um profissional a quem poderemos delegar ações e confiar-lhes tarefas, missões, trabalhos. As oportunidades são enormes no mercado de trabalho. Só para ser ter uma idéia, quando me formei, há 13 anos, o mercado não era nada parecido com o que temos hoje, era muito difícil, tínhamos que bater de porta em porta porque havia muita competição. Em pouco tempo o panorama virou completamente às avessas, do lado positivo para quem está se formando porque a demanda hoje é muito grande, falta gente capaz. Enfim, as empresas necessitam de pessoas que saibam tomar decisões rapidamente, que sente numa cadeira e consiga resolver os problemas mesmo que pequenos, mas que saiba tomar a decisão correta e faça acontecer.

Entrevista concedida à Alicia Nascimento Aguiar
MTb 32531
04/04/11
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