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AGROdestaque entrevista Maria Juliana Calderan Rodrigues, bióloga (F-2006)

21/06/2013 - Por raiza tronquin
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Formação

Formada na primeira turma de Ciências Biológicas da ESALQ, iniciou sua trajetória em 2002, quando estagiou na área de Ecologia e Répteis para cobrir as férias de uma colega de classe. No mesmo ano ingressou como estagiária no Programa de Iniciação Científica, do Laboratório de Genética de Plantas, sob a orientação do professor Carlos Alberto Labate, do Departamento de Genética (LGN), onde permaneceu até 2006. Nesse período, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), desenvolveu dois projetos sobre cultura de tecidos em eucalipto, assim como sua monografia sobre biologia molecular. Passado esse período, cursou doutorado direto em Genética e Melhoramento de Plantas, entre 2007 e 2012, quando desenvolveu um projeto sobre a proteômica de cana-de-açúcar, no mesmo laboratório e sob a mesma orientação da Iniciação Científica. No doutorado, conquistou a oportunidade de realizar dois períodos-sanduíche, na Université de Toulouse III, na França. Além disso, participou de vários cursos e congressos nacionais e internacionais; auxiliou na orientação de estudantes; compôs bancas; fez estágio no Programa de Aperfeiçoamento de Ensino (PAE) e ministrou minicursos, aulas e palestras. No fim de 2012, foi aprovada no concurso do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para o cargo de Tecnologista Pleno, onde trabalha atualmente.

A que área ou setor se dedica atualmente?

Atualmente ocupo o cargo de Tecnologista Pleno em Projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Ciências Ambientais e da Vida, na Coordenação Geral de Biotecnologia e Saúde da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (SEPED), no MCTI. Entre as minhas atividades estão formulação, acompanhamento e avaliação de políticas e programas que visam o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação do país, dentro das áreas de biotecnologia, agronegócios e saúde.

A atuação de um tecnologista é importante, porque auxilia na formulação das políticas e projetos de disponibilização de recursos que serão repassados às agências de fomento. Desse modo, as universidades, centros de pesquisa, empresas, entre outros, podem viabilizar pesquisas relevantes para o avanço do país, diminuindo as disparidades regionais e sociais. Além disso, o tecnologista auxilia em programas de cooperação internacional, além de acompanhar e avaliar políticas relacionadas à formação de recursos humanos qualificados na área.

Quais os principais desafios desse setor?

Acredito que um dos grandes desafios do setor seja conseguir realizar seu trabalho de forma dinâmica, quando seus resultados dependem de um esforço conjunto, muitas vezes até de outros setores ou de outros Ministérios. Além disso, algumas vezes, nossas opiniões profissionais divergem das políticas adotadas. Por isso, é preciso conhecimento técnico sólido e diplomacia para que o resultado final traga benefícios para o país.

Que tipo de profissional esse mercado espera?

Um profissional maleável, disposto a debater propostas, que consiga avaliar tecnicamente as políticas e projetos sem influências pessoais ou externas e que saiba argumentar, sempre almejando o desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação do país, principalmente em suas áreas estratégicas. Além disso, é fundamental que o profissional redija textos bem estruturados, coerentes e concisos, pois eles poderão servir de base para editais das agências de fomento e, também, para a elaboração de pareceres, notas técnicas e portarias.
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