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AGROdestaque entrevista Mario Bega de Paiva, cientista de alimentos (F-2006)

03/05/2013 - Por lucas jacinto
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Atuação profissional

Em 2006, formou-se em Ciências dos Alimentos. Durante a graduação realizou iniciação científica no Laboratório de Laticínios, sob orientação do professor Ernani Porto, período no qual foi bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Em Janeiro de 2006 foi para a França fazer seu TCC no Institute National de la Recherche Agronomique (INRA), no laboratório de Pesquisa em Queijos, participando do projeto de pesquisa que estudava o efeito inibitório da flora natural do leite cru sobre o desenvolvimento de flora patogênica. Trabalhou na CJ, empresa coreana que estava construindo sua primeira unidade na América do Sul, em Piracicaba-SP. Passou no programa de trainees da Perdigão, atual Brasil Foods, na qual trabalhou por três anos como analista sênior, focado em pesquisa e desenvolvimento de lácteos. Durante sua atuação na empresa, teve a oportunidade de conhecer todas as etapas que envolvem o processo de desenvolvimento de produtos, sendo responsável pela parte técnica dos projetos, fomentando a criação de produtos a partir de uma ideia proposta pelo setor marketing, levando sempre em consideração as diversas variantes do mercado alimentício. Hoje, trabalha na Unilever, e ocupa o cargo de Coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento, focado na categoria de sorvetes, na Kibon.

Quais as atribuições do seu cargo na Unilever? Como o curso de Ciências dos Alimentos lhe preparou para ocupar esse cargo? 

Sou responsável por construir uma base de dados a respeito dos concorrentes de mercado, dar suporte técnico às atividades de lançamento de novos produtos, avaliar posicionamento e estratégia e conteúdo de mídia dos concorrentes, visando proteger a marca Kibon. Preparo e auxilio o Sistema de Auxílio ao Cidadão (SAC) para responder adequadamente as dúvidas, sugestões e reclamações dos consumidores. Faz parte de minhas atividades, também, analisar criticamente, junto ao time multidisciplinar, as reclamações de consumidores e propor soluções e melhorias dentro da fábrica, de forma a minimizar tais reclamações. Acredito que, como funcionário de uma indústria de alimentos, tenho como principal função conduzir minhas atividades lembrando que minhas ações tem impacto sobre a vida de milhares de consumidores. Partindo desse pressuposto, tenho que desenvolver produtos que não só atendam o desejo de consumo, mas que não causem nenhum dano à saúde do consumidor. Isso se inicia no conceito do produto, na escolha das matérias-primas, até a forma de comunicação do produto ao consumidor. 

Quais os principais desafios desse setor?

Acredito que o principal desafio é o consumidor. Ele nos desafia a todo o momento. É informado e exigente. Qualquer coisa que não o agrade pode facilmente ser exposta em redes sociais e mídias eletrônicas. O impacto negativo para a marca pode ser muito grande e o consumidor percebe cada vez mais que tem o poder de direcionar o mercado. Sendo assim, temos que estar atentos às opiniões e desejos, para que possamos estar à frente da escolha e não correr atrás do já escolhido.

Que tipo de profissional esse mercado espera?

Acredito que exista mercado para diversos tipos de profissionais, basta encontrar aquele que está dentro do seu perfil. Empresas que querem estar entre as líderes de mercado normalmente primam por profissionais com alto desempenho. Nesse contexto, acho que o grande desafio é saber aliar o conhecimento técnico às habilidades de gerenciamento de pessoas.
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