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AGROdestaque entrevista Nelson Barboza Leite, engenheiro agrônomo (F-1970)

25/05/2012 - Por ana carolina miotto
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Atuação profissional 
Após formar-se, participou de vários cursos de extensão universitária em administração de empresas, planejamento estratégico e engenharia florestal. Trabalhou no Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef). Em âmbito federal, foi diretor do Projeto de Desenvolvimento e Pesquisa Florestal (Prodepef) do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF/FAO) e do Departamento de Reflorestamento do IBDF. Participou do GT que criou a Embrapa Florestas e atuou na direção das empresas de reflorestamento Agropeva e Ramires. Na Ripasa, durante 10 anos foi diretor florestal e, por três anos, diretor da parte industrial. Foi representante do setor florestal e coordenador da Comissão para Assuntos Florestais do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Atuou como presidente da Câmara Técnica de Produtos Florestais de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Silvicultura e como gerente do Programa de Florestas Plantadas do Ministério do Meio Ambiente. Atualmente, é diretor florestal da Eco Brasil Florestas e faz parte dos Conselhos Consultivos da Teca Empreendimentos e Gestão Florestal e da Daplan Empreendimentos Rurais.

Como diretor da Eco Brasil Florestas, qual sua missão no momento?
Nossa missão é fazer uma floresta de 100.000 hectares no mais alto padrão de qualidade! Embora tenha iniciado a vida profissional e convivido muito com a pesquisa florestal, minhas atividades profissionais estiveram sempre voltadas ao "fazer acontecer". Participar de instituições governamentais, empresas, instituições representativas e de trabalhos de consultoria sempre tiveram como pano de fundo o procurar meios para "fazer acontecer". Dentro dessa preocupação, acredito que destacaria como linhas mais importantes: a permanente preocupação com a valorização técnica e profissional, a procura por meios para facilitar a comunicação do setor, divulgar, escrever e falar com total independência, o apoio e defesa dos programas de fomento e dos fomentados florestais e a preocupação com a necessária legitimidade institucional da silvicultura brasileira.

Como o senhor avalia o atual cenário da silvicultura?
A silvicultura brasileira caminha para uma nova fase de crescimento. E o que teremos de novidade para os próximos 10 anos em nossa silvicultura? As mudanças de cenários poderão refletir nos aspectos institucionais, nas demandas científicas, nos aspectos econômicos, ambientais, sociais, no mercado de madeira e na prestação de serviços operacionais. Essas questões, impactos e desdobramentos, formam um conjunto de desafiadoras tendências que devem preocupar todos os envolvidos com a silvicultura do país. Alguns sinais evidenciam tendências, dos quais podemos destacar o surgimento de novas tecnologias gerando o aumento do nível de mecanização, a diminuição da participação direta das grandes empresas consumidoras de madeira no direcionamento institucional do setor produtivo e o crescente investimento em pesquisas científicas e da exclusividade dos conhecimentos gerados. Também se destacam a valorização do social e ambiental, o manejo das florestas para uso múltiplo da madeira visando agregar maior valor aos ativos florestais, o surgimento de empresas especializadas em serviços operacionais e de novos protagonistas para o fomento florestal como produtores e gestores de florestas.
O cenário é, portanto, de crescimento, mas provavelmente acompanhado de mudanças. Um misto de otimismo e de preocupações. Uma atenção especial às novas tendências e muito esforço para definição institucional da silvicultura brasileira são reflexões inevitáveis aos que se preocupam com os rumos de nossa silvicultura e com os seus legítimos condutores.

Que tipo de profissional esse mercado espera?
A nossa ESALQ prepara profissionais para atender às demandas do mercado. Há necessidade, no entanto, dos jovens serem despertados nos bancos universitários para os valores éticos, como comprometimento e responsabilidade técnica, social e ambiental. Esses valores são exigidos em tudo e para tudo. O contato com profissionais, reuniões de trabalho, visitas e debates precisam fazer parte do dia a dia do universitário. Conhecimento a Escola dá de sobra, mas essa exigência da vida profissional, muitos só percebem depois de algumas "trombadas".

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