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AGROdestaque entrevista Tasso Rezende de Azevedo, engenheiro agrônomo (F-1994)

28/02/2011 - Por caio albuquerque
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Atuação profissional
Logo após se formar na ESALQ, trabalhou na criação do IMAFLORA - Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola, que dirigiu até 2002. O foco, nesta fase, foi no desenvolvimento da certificação como instrumento de catalisação da transição para sustentabilidade no setor florestal. Em 2003, trabalhou com a então recém indicada Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na implementação do Programa Nacional de Florestas e do Plano Nacional de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia. Com a criação da Comissão Nacional de Florestas e a aprovação da Lei de Gestão de Florestas Públicas se dedicou, entre 2006 e 2009, à implantação do Serviço Florestal Brasileiro e à criação do Fundo Amazônia. Em 2009, passou a atuar como consultor independente, tendo como atividade central assessorar o ministro do Meio Ambiente em temas de floresta e clima, além de participar de uma série de conselhos de entidades e empresas.

Que tipo de profissional o seu mercado espera? 
Não acredito em um perfil que o "mercado espere", mas sim no profissional que a sociedade precisa para promover a nossa transição para um mundo mais sustentável e menos desigual. São pessoas que entendem o sentido de propósito de sua profissão, que instigam, não se acomodam diante do cotidiano dos negócios, que percebem e interagem com o mundo em rede, que percebem diferenças de opinião e as encara de frente, que são consistentes e que sabem aprender e multiplicar e disseminar o aprendido. Pessoas que foquem no resultado, mas valorizem o processo.

Você aborda, em artigo, o tema da orientação para uma economia descarbonizada. Sobre diminuir as emissões de CO2, o poder público e as empresas brasileiras estão em sintonia no que se refere às ações práticas?
O Brasil é o país com as maiores oportunidades de se tornar uma economia de baixo carbono. Possui o maior potencial de energia eólica, solar, hidroelétrica e de biomassa no planeta. Isso é único. Embora tenhamos avanços, ainda temos um longo caminho pela frente. Nossas emissões per capita (CO2eq) são altas, especialmente pelas emissões relacionadas ao desmatamento e ao setor agropecuário que representam mais de 70% da emissões do Brasil. Nossa emissão per capta hoje é de mais de 10 tCOe2/ano e precisa chegar em 2050 a 1 tCO2/ano. A definição de uma meta de redução das emissões do Brasil para 2020 anunciado pelo governo brasileiro e fixado na Lei da Política Nacional de Mudanças Climáticas, com apoio do setor empresarial progressista, é um passo importante. Nosso progresso em áreas como etanol, reflorestamento, hidroeletricidade e redução do desmatamento é notável, mas ainda é preciso que a transição para uma economia de baixo carbono seja incorporada no planejamento plurianual dos governos nas três esferas e ascenda ao mais alto nível de decisão da maioria das empresas brasileiras.

Entrevista concedida à Caio Albuquerque
MTb30356
28/02/2011
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