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AKN 1 (Pinduca F68)
31/12/2015 - Por marcio joão scaléaAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
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Naquele 3 de Novembro de 1972 o Agrônomo foi apresentado a
diversas pessoas em Londrina, onde era recém chegado. Ao abandonar o ramo de
aplicações aéreas, a nova empregadora, multinacional de inseticidas, o enviara
para aquela cidade, onde vivia o Amigo 10, que o estava ajudando a conseguir
moradia. Das muitas pessoas que conheceu nesse 3 de Novembro, uma delas iria
marcar profundamente sua vida : AKN. Rápida apresentação e o "diálogo" :
- Procurando lugar para morar? Depois de amanhã você pode se
mudar lá para a Rua Santos, vamos ter uma vaga na república, fulano se casa
hoje. Me procure daqui dois dias.
-!
Não deu tempo para uma resposta e lá se foi para o casamento
do fulano. E este é o melhor retrato que se pode traçar de AKN : direto, sem rodeios,
curto e grosso. Se gostava, gostava. Se não gostava, não gostava. E falava na
hora, não mandava recado.
Morando na mesma república a partir da segunda feira, ambos
solteiros, ambos atuando em todo o estado do Paraná, cada qual por sua empresa,
a afinidade quase instantânea foi se aprofundando. A amizade nasceu numa viagem
a Cascavel.
AKN sofria de uma alergia , para a cura da qual era obrigado
a tomar uma vacina todo dia após o jantar. Uma viagem a Cascavel naquela época
era uma aventura, pois a estrada após Campo Mourão era de terra : saia-se cedo,
não se sabia se ou quando se chegaria. Daquela vez chegaram após o almoço e
ainda deu tempo para visitar uns clientes, o dia rendeu. Hotel, banho tomado,
jantar no restaurantezinho árabe que poucos conheciam e antes de voltar para o
hotel, hora da vacina. Na farmácia, depois de tomar a injeção, forte reboliço,
enquanto algumas pessoas descarregavam de uma pick-up um senhor, inconsciente,
recém atropelado, pois anexo à farmácia funcionava um pronto socorro. Atendendo
aos apelos, o Agrônomo e AKN correram a ajudar a trazer o acidentado,
colocando-o numa mesa de atendimento, enquanto o médico era chamado. Enquanto o
Doutor não chegava, o paciente parava de respirar e quando o desespero batia
nos presentes, ele ia buscar um fôlego lá no fundo e dava umas respiradas, para
em seguida parar de novo e de novo recomeçar. Dois, três, dez minutos duraram
essa agonia? Uma eternidade. Até que
chegou o médico, que ergueu uma pálpebra do coitado, rasgou uma perna da calça
para ver uma fratura exposta e perguntou :
- Quem é o responsável pelo paciente ?
O Agrônomo e AKN não entenderam, mas viram que o recinto se
esvaziava rapidamente. E perguntaram :
- Responsável? Como?
- Sim, responsável, quem vai pagar pelo atendimento ao
paciente?
Antes de pensar, só escutaram o "paciente" ir lá no fundo
buscar um fôlego, talvez o último, antes de morrer. E a resposta veio :
- Nós. Nós nos responsabilizamos.
O que significou que AKN teve que preencher um cheque ouro
de CR$5.000,00 como garantia, ao que o "doutor" fez um sinal ao enfermeiro, que
passou a acudir o acidentado.
Meia hora depois, com o paciente já fora de perigo, surgiram
seus familiares e o motorista que o havia atropelado, os quais assumiram suas
responsabilidades, devolvendo a AKN seu cheque.
A amizade nasceu sob a marca da perplexidade : será que uma
vida vale tão pouco assim?
Médicos ?
Marcio Joao Scaléa (Pinduca F68) é Engenheiro Agrônomo ex morador da Republica Mosteiro