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As prioridades de um estadista (Vavá; F66)

12/02/2023 - Por evaristo marzabal neves
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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O que é um estadista? Para responder busco apoio em meu artigo "Estadista e oportunista são sinônimos?" (Gazeta de Piracicaba, 01/12/2020, p.2), transcrevendo parágrafos, já que água mole em pedra dura tanto bate até que fura: "Na definição de Houaiss, encontra-se: O estadista é uma pessoa que revela grande tirocínio, grande habilidade e discernimento no que diz respeito às questões políticas, econômicas e sociais, à administração do Estado. Uma pessoa do Estado é um ser que está à frente de seu tempo e que transforma um local (nação, estado ou município) sob o ponto de vista econômico e social. Alguém que exerce liderança política com sabedoria e SEM LIMITAÇÕES PARTIDÁRIAS. É um cidadão visionário focado no progresso e bem-estar da população. Já o político oportunista é aquele que tira proveito das oportunidades em benefício próprio, que se aproveita de outras pessoas e instituições buscando obter vantagens pessoais. Em síntese: Conduta de quem busca obter vantagens pessoais não se preocupando com questões éticas ou morais"... "Certa vez um cientista político disse que o bom estadista é aquele que prioriza investimentos em SANEAMENTO BÁSICO e na EDUCAÇÃO, 'doa a quem doer'. Por quê? Reduziria em muito os custos com a SAÚDE e aumentaria a EFICIÊNCIA e PRODUTIVIDADE DO TRABALHO".

É sabido que "a destinação inadequada do lixo e a falta de tratamento de água e esgoto aumentam o contato da população com inúmeros patógenos perigosos. As doenças com maiores incidências, devido à exposição e ambientes sem saneamento, são leptospirose, disenteria bacteriana, esquistossomose, febre tifoide, cólera, parasitoide, disseminação da dengue, entre outras". Imagine os custos sociais desta desatenção pública em uma criança, ocasionando possíveis atrasos no aprendizado e na evolução cognitiva e ainda consequências indesejadas em seu desenvolvimento corporal e emocional, com danos em sua saúde física e mental, bem como no adulto, com as debilidades orgânicas, licenças médicas, queda na eficiência e produtividade laboral e necessidade de constante atendimento médico e mental. Neste sentido, pergunta que não quer calar: Quantas doenças poderiam ser evitadas com o aumento da cobertura e com a qualidade de serviços de saneamento básico por este Brasil afora?

Uma recomendação cidadã é que todo poder executivo e legislativo, ao tomar posse, verificasse a importância do saneamento básico municipal na busca da Felicidade Interna Bruta (FIB) e no avanço dos indicadores sociais e da qualidade de vida de seus habitantes, elevando o seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Que antes de sua posse tomasse ciência da existência, conhecimento e aplicação do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), que consiste no planejamento integrado de saneamento básico, considerando seus quatro componentes: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, coleta de lixo e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, estabelecido para o horizonte de 20 anos (2014 - 2033).

É fundamental também saber mais e se aprofundar no conhecimento do novo Marco Legal de Saneamento Básico (Lei n.14.026/2020), que "é uma tentativa de oferecer dignidade a milhões de brasileiros que não têm coleta de esgoto nem água tratada. Trata-se também de uma oportunidade para empresas do setor, criando parcerias com órgãos estatais ou mesmo participando como iniciativa privada". Nesta altura, veja a importância, entre outros, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Como voltarei ao assunto, estabelecendo comparativos estatísticos, mundial e regional, deixo para reflexão algumas frases sobre o comportamento cidadão de um estadista, seja no executivo ou no legislativo: "Há uma nítida diferença entre o estadista e o político oportunista. O primeiro é alguém que pertence à nação; o segundo, alguém que pensa que a nação lhe pertence" (Antônio Ermírio de Moraes); "A família de um estadista é a nação" (Léo da Silva Alves); "Um grande estadista não pode ser governado com base na opinião de um partido" (Otto Von Bismark) e, "Um político pensa na próxima eleição; um estadista, NA PRÓXIMA GERAÇÃO" (James F. Clarke).

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Obs. Publicado na Gazeta de Piracicaba, Ano XX - n. 5054, 08/02/2023, pg. 2 (Coluna Opinião)

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