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Autônomos em campo (Hulq, F99)

07/10/2018 - Por marco lorenzzo cunali ripoli
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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(Artigo publicado na Revista Plant Project)

Uma revolução silenciosa vem acontecendo no Agro, enquanto escutamos muito sobre carros autônomos nas cidades, pouco ainda se fala sobre o tema no setor agrícola que a mais de vinte anos já vem trabalhando para o desenvolvimento destas mesmas tecnologias para uso no campo.

Nos anos 80, com o início da Agricultura de Precisão, o conceito de tratores autônomos já começou a ser tratado com propósito de aumentar a eficiência do sistema produtivo e reduzir custos no campo.  Infelizmente, estes veículos ainda não têm liberação de uso comercial em muitos países, o que não impede que os fabricantes continuem a desenvolver estas novas tecnologias. 

Muitos dos sensores e sistemas de controle que as máquinas e equipamentos agrícolas autônomos incorporaram já são utilizados pelos carros autônomos.  Grande parte dos tratores vendidos nos EUA, Europa e parte do Brasil já incluem sistemas de direcionamento via GPS que conferem aos fazendeiros a oportunidade de colocar esta tecnologia para trabalhar ao seu favor.  

A precisão e qualidade do plantio, sensores que coletam dados do solo, planta, condições climáticas e a melhoria do trabalho durante a noite são alguns dos vários benefícios que, em um conjunto, reduzem a carga de trabalho e esforço dos operadores, auxiliando na condução e controle várias tarefas dentro do sistema produtivo agrícola. 

Os tratores autónomos podem atuae como hotspots móveis para coleta de dados de sensores fornecendo mais informações para o melhor gerenciamento do campo (ex.: umidade, taxas de aplicação, consumo de combustível etc.).

Empresas de máquinas agrícolas já desenvolveram versões de veículos agrícolas autônomos que, em paralelo a sistemas integrados, ajudam os produtores rurais a gerir remotamente suas operações.  O MachineSync, por exemplo, permite que um trator se comunique diretamente com uma colhedora, garantindo maior eficiência e melhor precisão na colheita das lavouras.  O Autotrac Vision consiste do uso de câmeras que detectam as linhas de plantio das culturas e orientam o trator para evitar o pisoteio das plantas em crescimento.  O Autotrac RowSense ajuda a garantir cobertura completa na aplicação de fertilizantes e corretivos, entre outras soluções.

As tecnologias para viabilizar os tratores totalmente autónomos já estão disponíveis, mas qual o entrave para o lançamento comercial destas soluções?  Uma das principais preocupações é o quanto se confia nesta solução, pois até o momento não existem normas nem legislações definidas que protejam o usuário contra eventuais acidentes.  Por hora, veículos autônomos ainda precisam de seres humanos para monitorar sua velocidade e desempenho.  Em breve, as inovações dos equipamentos agrícolas irão permitir o controle remoto completo destas operações, resultando num aumento importante da produtividade dos produtores em operações agrícolas em grande escala.

O Agro não para!

 

* Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, Ph.D. é Engenheiro Agrônomo e Mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ-USP e Doutor em Energia na Agricultura pela UNESP, executivo, disruptor, empreendedor, inovador e mentor. Proprietário da BIOENERGY Consultoria, da ENERGIA DA TERRA empresa de alimentos saudáveis e investidor em empresas.

 

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