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BARBÁRIE CIENTÍFICA (Drepo F70)
15/06/2016 - Por eduardo pires castanho filhoAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
stopping naltrexone
implant for alcoholism avonotakaronetwork.co.nzDois editoriais recentes da Folha de São Paulo tocaram num assunto para lá de controvertido. A questão dos gases de efeito estufa e seu possível efeito sobre mudanças climáticas.
Mostraram
de modo explícito o equívoco científico em que a COP 21 se enredou. A
simples revisão das emissões brasileiras, que não é uma pequena ilha perdida no
meio do Oceano Pacífico, mostrou uma diferença de quase um terço (28,6%) entre
um resultado e outro levantamento e avaliação. Um terço dessas emissões
brasileiras, que seria o esforço de redução é igual a mais de 300 milhões de
toneladas de CO2 equivalentes, ou igual as emitidas por um País como a França.
E,
aparentemente, isso em nada alterou as metas de redução de produção de gases ou
ainda o que poderia acontecer com o clima planetário. Mesmo tendo- se partido
da premissa que reduzindo a queima de carbono fóssil, a atmosfera do Planeta,
principalmente a temperatura, ficasse com um aumento de no máximo 2ºC até 2050,
como estipulado em Paris.
Como
conseguiram determinar com tamanha precisão as previsões para o meio do século?
Chutaram é evidente. Isso não tem validade científica e quem respaldou
essa barbaridade foi o stablishment científico
representado pelo IPCC.
Como
acreditar e confiar nessas contas?
Como
toma- las como referência para o estabelecimento de políticas nacionais e
globais que terão implicações em todos os setores das sociedades humanas?
Como
acreditar que reduções de tantas mil toneladas implicarão em diminuição da
temperatura média do planeta, se diferenças, da magnitude apresentada no caso
brasileiro, são calculadas (e quase não divulgadas) sem o menor
constrangimento e sem gerar nenhuma correção nas pretensas ações
mitigadoras.
No
caso brasileiro essas metas de mitigação estão projetadas, sobretudo junto ao
setor agropecuário da economia. Para variar números megalomaníacos como
ressaltou muito bem a Folha.
Só
para relembrar, no final dos anos 80 a USP coordenou um projeto que já
preconizava o plantio de florestas para minimizar os impactos das mudanças
climáticas. O FLORAM era uma concepção abrangente de como as florestas poderiam
contribuir tanto com o ambiente como com a economia. Esse projeto teve um
desdobramento em São Paulo com um plano de desenvolvimento florestal
sustentável que propunha o plantio de quatro milhões de hectares no Estado,
formulado no início da década de 90. Tais formulações ainda são atuais e se
encaixam perfeitamente nas projeções governamentais acrescidas das propostas
para o setor pecuário e de integração floresta- agropecuária. À época como
agora, o limitador era achar como financiar esses mega projetos. Não se
falava ainda em serviços ecossistêmicos, nem em mercados internacionais desses
novos "produtos".
Independentemente
dessa concepção, a redução dos desmatamentos e das queimadas, a adoção de
técnicas sustentáveis pela agropecuária, o aumento de produtividade das
pastagens, o incremento das áreas florestais, a proteção da biodiversidade e de
recursos hídricos, e assim por diante, são compromissos que devem ser assumidos
porque apontam para um mundo mais equilibrado e mais sustentável, transitando
de ecossistemas simples para os de maior complexidade.
É
primordial, portanto, que se atente o olhar sobre as atividades agrícolas que
são as únicas ações humanas que captam carbono da atmosfera e o transformam em
fibras, alimentos, energia, etc. Fazem o papel que os antigos fisiocratas
conferiam ao setor: é o único que produz, enquanto os outros apenas
transformam.
No
cômputo geral, mesmo que um provável aquecimento global se devesse também às
atividades humanas, o papel da agropecuária nesse processo seria desprezível,
apesar das metodologias empregadas apontarem essas atividades como grandes
emissoras de gases efeito estufa.