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Capoeira (Pinduca F68)
16/11/2015 - Por marcio joão scaléaAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

Graças à viagem a Salvador, o Universitário sabia dar uns
toques no berimbau, assim como ensaiar alguns passos de capoeira. Mas nem de
longe imaginava o quanto isso podia ser perigoso.
Como diretor do departamento de Estágios do Centro Acadêmico
Luiz de Queiroz, o Universitário frequentemente viajava a São Paulo, para
atividades ligadas à obtenção de vagas de estágios para os estudantes de
agronomia. Naquele dia ele saíra bem cedo, aproveitando um veículo da escola
que ia buscar uma pessoa na Capital, e lá pelo fim da tarde já tinha resolvido
seus assuntos, tomando um ônibus de volta para Piracicaba, onde chegou de
noite. Após rápida passagem pela República Real Mosteiro da Imaculada
Conceição, onde morava, ele foi para outra república, o Vai Kem Ké, onde estava
acontecendo uma festa.
Perto da meia noite, todo mundo já um pouco alto, apareceu o
Turcão, ex morador do Vai Kem Ké, colega de turma e amigo chegado, que fazia a
faculdade de Economia à noite, saindo da aula para aproveitar o finzinho da
festa. Como o apelido indicava, o Turcão era grande e forte, mas dotado de um
temperamento boníssimo, calmo e tranqüilo como poucos. Ele gostava de uma
brincadeira inocente, indo na direção de algum colega, ameaçando-o com um
golpe, tipo de um chute ou coice, como se fosse karatê, mas em câmera lenta, o
que dava ao amigo a chance de se esquivar e sair com outro golpe parecido, como
resposta, mas sem sequer se tocarem.
O Universitário entrava na vasta sala da republica, quando
foi alertado pelo próprio Turcão, que gritou :"Olha o golpe". A reação foi
muito rápida, pois ao se virar, o Universitário viu o pé do Turcão vindo na
direção de seu peito e jogou-se ao chão, dando uma rasteira no colega, que se
equilibrava em uma só perna e acabou caindo pesadamente. Correria, risadas,
todos ajudavam o Turcão a se levantar, mas ele tinha dificuldade e reclamava de
fortes dores nos braços, que todos consideravam normais e passageiras, pelo
tombo.
Mais tarde, como as dores não paravam, começando a aparecer
um inchaço, o colega foi levado a um hospital, onde lhe engessaram os dois
braços, quebrados na brincadeira!
Marcio Joao Scaléa (Pinduca F68) é Engenheiro Agrônomo ex morador da Republica Mosteiro