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Carta Grãos - Aumento da área com soja no brasil, mas produção menor em 2017/2018

23/10/2017 - Por alcides de moura torres junior
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o primeiro levantamento da safra brasileira de soja.


A expectativa é de que sejam semeados entre 34,47 milhões e 35,21 milhões de hectares em 2017/2018, frente aos 33,91 milhões de hectares da safra passada.


O aumento previsto varia entre 1,6% e 3,8% em relação a 2016/2017, ou seja, abaixo da média de crescimento das últimas cinco temporadas, cujo aumento médio foi de 6,3% ao ano.


A queda da cotação nas últimas temporadas, em função da maior oferta mundial, refletiu negativamente no ritmo de crescimento da área no Brasil.


Com relação a produção, são esperadas entre 106,01 milhões e 108,26 milhões de toneladas na temporada que se iniciou.


Os volumes são 5,1% e 7,1% menores na comparação com o recorde colhido em 2016/2017, cujo volume foi de 114,07 milhões de toneladas. Veja a figura 1.



A queda na produção é devida à redução na produtividade média prevista para a safra atual, em função das condições climáticas adversas, como os atrasos e irregularidades nas chuvas, especialmente em outubro e novembro.


A Conab estima em média, 51,2 sacas de 60 quilos de soja por hectare em 2017/2018, frente as 56,1 sacas por hectare colhidas em 2016/2017 (recorde).


Aliás, ouviremos falar mais do clima e seus efeitos sobre a produção e mercado de grãos na temporada 2017/2018, depois de um ano favorável em termos de chuvas, como foi em 2016/2017.


Considerações sobre o clima


Choveu em outubro em boa parte do país, com exceção da área em branco na figura 2.



Os maiores volumes foram registrados na região Sul do país, com volumes de até 150-200 milímetros no acumulado até o dia 16 no Paraná e Oeste de Santa Catarina.


No Brasil Central e região Sudeste, as precipitações ficaram entre 25 e 100 milímetros no período analisado. Ainda assim, os volumes e distribuição estão irregulares e tem pesado na evolução do plantio da safra de grãos 2017/2018.



Destacamos áreas no Norte de Minas Gerais, Norte de Goiás, Sudeste do Tocantins, onde as chuvas não ultrapassaram os 10 milímetros em outubro. Para o final de outubro e começo de novembro, as chuvas deverão se estender para as regiões Central e sudeste do país, porém, de forma irregular e mal distribuídas, o que poderá prejudicar o desenvolvimento das lavouras na safra de verão 2017/2018.


As questões climáticas adversas têm dado, pontualmente, sustentação às cotações da soja no mercado brasileiro.


No mercado internacional, outros fatores também colaboram com este cenário de preços firmes, mesmo com a colheita norte-americana em andamento. São eles: as recentes precipitações nos Estados Unidos, que deram uma segurada no andamento da colheita, a demanda global aquecida e a retração do lado vendedor por parte de produtores brasileiros e internacionais, no que diz respeito a grandes lotes, devido às incertezas sobre o tamanho da safra e o comportamento dos preços nos próximos meses.


https://www.scotconsultoria.com.br/bancoImagensUP/171017-carta-graos-1.jpg 
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