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Carta Grãos - Clima nos estados unidos e câmbio repercutindo nos preços da soja no brasil

21/07/2017 - Por alcides de moura torres junior
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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A cotação da soja reagiu no mercado internacional na primeira quinzena de julho, em função das previsões climáticas menos favoráveis para os Estados Unidos e possíveis impactos sobre a produtividade no campo.


A preocupação é com o tempo mais seco e com as temperaturas elevadas neste momento em que as lavouras norte-americanas (safra 2017/2018) estão em fase de desenvolvimento.


Na Bolsa de Chicago (CBOT), o contrato de soja com vencimento em julho/17 rompeu a barreira dos US$10,00 por bushel em meados de julho. O contrato vinha abaixo deste patamar desde meados de março. Veja a figura 1.



O momento é de aproveitamento de oportunidades de comercialização para o vendedor. As altas na CBOT puxaram para cima as cotações no mercado físico brasileiro.


Segundo levantamento da Scot Consultoria, em Paranaguá-PR, a saca de 60 quilos subiu 5,7% no acumulado de julho, com a saca chegando a ser cotada em R$74,50, para a entrega imediata. 



Expectativas e considerações finais


O aumento da cotação em julho fez avançar a comercialização.


Em Mato Grosso, até maio, 68% da soja havia sido comercializada. Em julho, até meados do mês, 83,6% da produção havia sido comercializada (IMEA). 


No Paraná, a comercialização ultrapassou os 70% até meados de julho, frente aos 44% no final de maio.


Em curto e médio prazos, a expectativa é de que este "mercado de clima" e o período de entressafra nos Estados Unidos continuem ditando o ritmo das cotações no mercado internacional e, consequentemente, no mercado brasileiro.


A previsão é de um cenário de preços firmes em julho e agosto, mas alguns pontos merecem atenção.


O câmbio é um deles. A moeda norte-americana teve forte desvalorização em relação ao real a partir do dia 10 deste mês. O dólar saiu de R$3,30 para próximo de R$3,20, conforme mostrado na figura 3.



Este quadro impactou diretamente as cotações no mercado físico brasileiro, com quedas pontuais na cotação da saca de soja.


A referência que chegou próximo de R$75,00, caiu para R$71,00 no dia 14 de julho, pressionada pela queda do dólar e recuos na CBOT, após a realização de lucro, depois de várias seções em alta. Na CBOT, o contrato de julho fechou cotado em US$9,85 por bushel (14/7).


Atenção ao clima, ao câmbio e a demanda, que são fatores que deverão ditar o rumo do mercado em curto e médio prazos.

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