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Causos do Dr Mauá - Jorjão Monte Alegre e a Surpresa

29/05/2015 - Por orlando lisboa de almeida
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JORJÃO MONTE ALEGRE E A SURPRESA

     Numa turma enorme como a nossa, é natural que se formem grupos de afinidade.   O Jorjão que morava desde sempre na Usina Monte Alegre lá de Piracicaba, participava do nosso grupinho informal cheio de nativos como o Joaquim, Peter, Serafim, José Maria Milanez, Valdemar Valarini, Vandão, Luiz Carlos Forti e por aí vai.

     Nesse tempo de estudante, de vacas magras, alguns poucos fumavam e até rachar um cafezinho para fazer boca de pito era possível e o Serafim era potencial sócio.   A convivência do grupo era tanta que resolvemos fazer uma despedida informal além de toda a programação festiva da formatura.     Marcamos um churrasco lá na casa do Jorjão, na Usina Monte Alegre, distante alguns quilômetros da cidade.    No dia marcado fomos, comemos o churrasco e jogamos muita conversa fora e sabíamos que um dia teríamos muita saudade da turma e daquela vidinha de estudante.   Dito e feito.

     O pai do Jorjão Monte Alegre era  empregado da Usina e morava na colônia de casas da empresa.    Sustentou com muito esforço o nosso amigo durante o curso e o Jorjão sempre fez a parte dele, estudando com muito afinco.    Se formou e logo começou a militar no ramo e fez uma porção de especializações e acho que chegou ao doutorado.   

     O Jorjão, já professor universitário, devia muito dessa vitória à família e reconhecia isso.    Quando começou a fazer o seu pé de meias deu uma de mineiro e foi trabalhando em silêncio e até parecia que o moço não ia dar uma mãozinha para os velhos que continuavam na vidinha simples de quem dedicou a vida a um emprego e já estaria agora aposentado.    Por certo alguns conhecidos até já pensavam que o Jorjão era um ingrato e agora que estava colhendo os frutos da carreira estava pensando só em si.   Mas tudo tem seu tempo.   Chegou um dia que o Jorjão colocou seus pais no carro e os levou para procurar casa que os pais pretendiam alugar na cidade para viver a vida de aposentados.

     Andam um bocado e o Jorge para em frente a uma casa e mostra aos pais, para ver o que eles acham da mesma.    Os velhos acham a casa boa, mas certamente o aluguel estaria acima das suas posses.   Então o Jorjão diz:  Aqui não se paga aluguel. Eu comprei esta casa para vocês viverem nela.  Foi uma surpresa feliz para todos e ele nem ficou preocupado com o que iria achar quem pensou que ele tinha sido ingrato com seus pais. 

Orlando Lisboa de Almeida (Mauá ou Camarão F-76)  Engenheiro Agrônomo, Fez carreira no Banco do Brasil onde se aposentou, hoje é conselheiro suplente da câmara de agronomia do CREA do PR, conselheiro consultivo do Sindicato dos Engenheiros do PR - Nativo de coração, frequentava a Republica Kpinzar

Mauá é nosso colunista do Blog e tem seus "Causos" publicados toda Sexta Feira para você começar bem seu "Quase Final de Semana" 

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