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Cultivando, Cultuando e Reverenciando a Memória (Vavá F66)
30/07/2016 - Por evaristo marzabal nevesAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Cultivando, cultuando e reverenciando
a memória
Evaristo Marzabal Neves/Vavá (F-66)/Um
“Filho de Luiz de Queiroz”
Quem já não ouviu a frase “Infeliz o povo
que não tem história”. E complementando, “mais infeliz ainda o povo que tendo
história não cultiva, cultua e reverencia sua memória”.
O esquecimento e a ignorância temporal levam
cada membro da comunidade a focar somente no atendimento de suas necessidades
individuais e, nessa direção, se locupletando na garantia de benefícios
próprios. Esquecem de que devem ir além, participando, compartilhando e se
comprometendo a assessorar a administração da organização na solução de
problemas institucionais.
Por que esta introdução? Porque, completados 45 anos de ESALQ neste
novembro de 2014 (40 anos como docente - desde 1974 - e cinco como estudante,
1962 a 1966), ao longo deste tempo venho sentindo que o crescimento
populacional do Campus com a criação de novos cursos (graduação e
pós-graduação), contratação de professores de diversas origens acadêmicas e de novos
funcionários, vem esmorecendo e fragilizando o “espirito de corpo”, o “ser
institucional”, e, com isso, emergindo o culto a individualização e o
“confinamento e blindagem” em seu ambiente de trabalho. Neste caminhar vão
aumentando os custos sociais de sustentação e sobrevivência da ESALQ. É quase
que afirmar: “Cada um por si e Deus por todos”.
Neste sentir como “ente institucional” temos
utilizado com freqüência, com nossos alunos ingressantes em Engenharia
Agronômica, reflexões como “uma andorinha só não faz verão” alimentando a
esperança de que só a “união faz a força”, focada num fim comum: a perenização sustentável
da ESALQ em todos seus ambientes. Reforço com o “Unidos, venceremos. Dividindo-nos,
cairemos”, ou melhor, desapareceremos. Juntos, focados em valores
institucionais, podemos mais. Não seria mais produtivo, eficiente e sustentável
substituir o “cada um por si e Deus por todos” pelo lema dos mosqueteiros,
agindo e bradando “um por todos, todos por UM”? Este UM se define ESALQ.
Há inúmeros instrumentos de integração em
torno do culto à ESALQ que poderiam ser estudados por uma comissão de “Filhos De
Luiz de Queiroz”. Lembraria, entre eles, da Semana de Recepção aos ingressantes
na ESALQ. O foco é tentar integrar o ingressante no ambiente da ESALQ.
Questionamos, porém: como integrar o ingressante num ambiente em que parcela
razoável dos atuais habitantes do cotidiano desconhece a história, origem e
evolução de nossa casa, motivo maior de mobilização e integração? Porque entre
todas as unidades da USP (42) somente uma guarda um nome pessoal: Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz? Afinal: Quem foi “Luiz de Queiroz”? Como,
desde 1901, chegamos até aqui? Ah! Infeliz do povo que ignora sua história, mas
que quer carregar a ESALQ em seu histórico de vida.
Por que na Semana de Recepção não se estabeleçam
atividades com a participação conjunta de todas as forças vivas do Campus,
incluindo professores, veteranos, ADEALQ, ADAE, CALQ, AAALQ, FEALQ, Prefeitura
do Campus, Associações de funcionários, pais dos ingressantes, etc? Lembraria o
plantio conjunto (forças vivas e ingressantes) de mudas em áreas degradadas ou
de restauração em que os ingressantes adotariam as mesmas ao longo de sua
jornada acadêmica e, também, se sentindo responsável pela sustentabilidade
ambiental da ESALQ? Imaginaram que, a cada ano, a turma que se forma deixaria como
marca dezenas de arvores, em vez de uma única comemorativa de sua formatura?
Será que no retorno à sua ESALQ não gostaria de ver a arvore plantada em seu
ingresso? Não seria, entre outros, um orgulho de ser um “ente institucional”? Por
menor que seja deixou sua marca e não fez parte do time do “nem tô nem aí”. Para
esses, o que vale é o diploma da ESALQ. Ah! Ingratos “Filhos DA Luiz de Queiroz”.
Outras iniciativas: doação de sangue, com a
participação de toda a comunidade ao Hemonúcleo de Piracicaba (precisa de 60 a
80 doadores/dia); oficinas de educação ambiental e respeito à água (bem finito),
ações comunitárias e solidárias com entidades piracicabanas, etc., atividades
que florescem o respeito ao nosso dia a dia em nossa “Casa Mater”.
Não seriam essas ações comunitárias
envolvendo as forças vivas de nosso ambiente uma forma de conhecer-nos melhor e
de compartilharmos idéias e motivos para maior sustentação da ESALQ? Ademais,
não podemos ignorar que somos mantidos com recursos públicos, recolhidos da
sociedade paulista e a esta devemos retornar com benefícios que contemplem
ações solidárias e sociais.
Evocando Camões: “Cessa tudo que a antiga
Musa canta, que outro valor mais alto se alevanta”. Para nós, no momento e
sempre, valor maior que se alevanta se chama ESALQ.
Saudoso e venerado Luiz de Queiroz, seus
filhos prometem que os dizeres em seu mausoléu em frente ao Prédio Central “A
Luiz Vicente de Souza Queiroz – O teu monumento é a tua Escola” não só serão
mantidos e preservados, mas este monumento será ampliado e venerado sustentavelmente.
Avante “Filhos DE Luiz de Queiroz” e “Co´a bandeira da Escola na mão” caminhem
bradando em altas vozes: “Oh insigne Luiz de Queiroz...Tua história é uma força
tamanha...Que nos faz avançar mais veloz”. Faz ativar o mote: “Vamo que vamo”
juntos no resgate de nossos valores e memória para comprovar que “não há quem
possa com a turma nossa”.