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De invasões e Esperanças (Alma; F97)

03/09/2015 - Por fernando de mesquita sampaio
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Vamos direto ao ponto.

Acho que aqui nesta comunidade todo mundo conhece a Fazenda Figueira, portanto vou me abster de descrever toda a transformação pela qual esta propriedade passou desde que foi generosamente doada pelos seus proprietários à Fealq.

No entanto, gostaria de ressaltar que a Fazenda Figueira é, acredito eu, o exemplo vivo da "missão vitoriosa" de que nos fala o Hino da ESALQ. Plantar, criar e conservar.

O que foi feito na Figueira é em síntese o que se espera que os profissionais formados na ESALQ façam no Brasil todo.

A Fazenda como se sabe está invadida pelo MST desde o último dia 17 de agosto.

Aparentemente alguns estudantes na ESALQ manifestaram-se favoráveis a invasão, e houve mesmo debates dos "dois lados" como se existisse outro lado além do que é certo.

São preocupantes essas manifestações totalitárias que tem aparecido de vez em quando entre nossos alunos. Da imposição da segunda sem carne à defesa de invasões, em que tipo de sociedade esses alunos imaginam querer nos transformar?

Sim, o Brasil é um país de brutal desigualdade. E é também nossa missão como profissionais trabalharmos para que essa desigualdade seja reduzida.

Isso faz-se construindo um Estado De Direito e instituições sólidas, o que inclui o respeito à propriedade privada.

Isso não se faz com esbulho possessório e nem com outros métodos da fábrica de mistificações do MST, cuja única vocação aparentemente é a de manipular uma massa de miseráveis estado-dependentes para fins políticos em torno de um projeto fracassado.

Inclusão social constrói-se com inovação, desenvolvimento econômico e com leis iguais para todos, sejam sem terras ou empreiteiros e políticos.

Houve um tempo em que nosso movimento estudantil lutou bravamente contra a ditadura, pela instauração de um Estado de Direito, e não de exceção. Hoje vergonhosamente aparenta ser apenas um aparelho governista.

Tenho esperanças que a acertada decisão do CALQ em repudiar a invasão da Fazenda Figueira seja um sinal de vida inteligente e independente no movimento estudantil.

Aos que ainda tem dúvidas recomendo um pouco de leitura. Comecem por "Porque Nações Fracassam", de Daron Acemoglu e James Robinson.


Fernando Sampaio (Alma F97), é Engenheiro Agrônomo e Diretor Executivo da Abiec, Ex Morador da República Lesma Lerda

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