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E DAÍ? (Macéga; F10)

30/04/2020 - Por ricardo inojosa costa
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Ao normalizar-se a negação à ciência, ao bem comum e aos princípios naturais e sociais: torna-se digerível a amplitude das discrepâncias.

A ignorância pessoal em si, disfarça o efeito coletivo.

É necessário apenas uma semente para se ter uma árvore. E apenas uma árvore alelopática para se dizimar a diversidade no seu entorno. Envenenando-o para propagar-se, uma estratégia natural de seres irracionais dominantes.

Hoje vive-se o embate da causa-efeito do veneno: é o substrato que está contaminado ou a árvore que é venenosa?

Veneno e fogo são as respostas mais banais às relações complexas de desequilíbrio. Mais um respaldo à ignorância, a ampliação da degradação de um ambiente em profunda escassez.

Na natureza, o desequilíbrio passa pela sobreposição e, principalmente, pelo aumento da concentração. A dominação é sinônimo de degradação, do empobrecimento dos recursos. Já o equilíbrio está na diversidade, o enriquecimento natural ocorre pelo aumento das unidades biológicas, com a diminuição das participações relativas dos agentes nas relações do sistema.

Práticas como a fitoremediação, na qual a descontaminação do meio se dá por plantas que removem e até transformam os contaminantes pela capacidade biológica de extrair e metabolizar as partículas tóxicas, favorecem a multiplicação da diversidade ecológica.

Respostas simbióticas são reguladas pela associação de princípios e não pela dissociação abrupta das relações que cercam os elementos.

Organismos precisam de mais tempo e recursos para se desenvolver do que o fogo para queimar.

Assim, a natureza mostra que as respostas não estão no imediatismo e nem nos agentes, mas nas melhoras dos princípios que tangem as relações.

A evolução não é um processo de aceitação, mas de desenvolvimento das entidades que fortalecem uma população.

E daí?

Aceitar a ignorância pode tornar a sociedade refém ex-ante do populismo dominante e vítima a posteriori do socialismo.

Independentemente do viés partidário, a concentração do poder leva à necessidade da ampliação do domínio constante, com a redução das relações com os mercados e as instituições, seguindo-se assim, até a supressão social.

A natureza nos mostra que sobrepor indivíduos à princípios é o veneno da democracia.

Não ignore o poder da ignorância.

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