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Engenheiro agrônomo: Principal profissional do agro brasileiro (Mentão; F73)

09/10/2021 - Por josé otávio machado menten
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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No dia 12 de outubro comemora-se o dia do Engenheiro Agrônomo no Brasil. Foi neste dia, em 1933, que foi regulamentada a profissão de Engenheiro Agrônomo, através do Decreto Federal nº 23.196/33. É uma das profissões mais ecléticas, exigindo conhecimentos nas áreas das ciências biológicas, exatas e humanas. São profissionais com sólida formação básica e conhecimentos em, pelo menos, 7 campos: (1) recursos naturais / manejo ambiental; (2) produção vegetal; (3) produção animal; (4) biotecnologia; (5) economia, administração e sociologia rural; (6) engenharia de biossistemas (agrometeorologia, máquinas e implementos, georreferenciamento / topografia, construções rurais / ambiência e irrigação / drenagem; (7) processamento de produtos agropecuários. São profissionais que podem atuar em todas as fases das cadeias produtivas: (1) "antes da porteira": planejamento agropecuário, crédito e seguro rural, insumos agrícolas (fertilizantes, sementes e defensivos), máquinas e implementos etc.; (2) "dentro da porteira"produção de alimentos como grãos, frutas, hortaliças, carnes, ovos, leite; fibras como algodão, madeira, celulose; energia como biomassa; plantas ornamentais e flores etc.; (3) "depois da porteira"beneficiamento, armazenamento, transporte e comercialização dos produtos agropecuários. 

O engenheiro agrônomo é o profissional com maior participação no agro. Embora existam trabalhadores de diversas áreas atuando, como médicos veterinários, zootecnistas, economistas, administradores, advogados, biólogos, engenheiros florestais, engenheiros de pesca, engenheiros agrícolas, engenheiros ambientais, gestores ambientais, engenheiros de produção, cientistas de alimentos, nutricionistas, engenheiros químicos, químicos, meteorologistas, geógrafos, médicos, jornalistas, comunicadores, engenheiros agrimensores etc., os ENGENHEIROS AGRÔNOMOS se destacam pela participação mais frequente. A sociedade associa, com frequência, os Engenheiros Agrônomos como os mais relacionados ao agro. 

Considerando a importância cada vez maior do agro na economia brasileira, os Engenheiros Agrônomos passaram a ser mais reconhecidos pela sociedade brasileira. Isto aumenta ainda mais suas responsabilidades e a necessidade de boa formação e atualização constante. Este é um grande desafio: com a proliferação dos cursos de Engenharia Agronômica / Agronomia no Brasil, manter a indispensável excelência na colocação no mercado de profissionais bem preparados, prontos para exercer todas as atividades com competência e ética.

De acordo com o MEC (Ministério da Educação) são 468 cursos presenciais, oferecendo 43.534 vagas / ano.  E, mais 24 cursos EAD, oferecendo 59.280 vagas / ano. De acordo com o CONFEA / CREA são 108.981 engenheiros agrônomos ativos / registrados no Brasil em 2021. 

É, portanto, muito grande a responsabilidade dos Engenheiros Agrônomos para atender todas as demandas no Agro atualmente e no futuro. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos e exportadores do mundo e o país que mais tem potencial para atender as demandas futuras. E não basta produzir. É fundamental que esta produção seja sustentável. Respeito ao ambiente e às pessoas vai ser cada vez mais uma exigência da sociedade. A "governança" de qualquer produtor rural, independentemente de seu tamanho, é uma condição necessária para se manter no mercado. 

Este ano, um ENGENHEIRO AGRÔNOMO foi forte candidato ao Prêmio Nobel. Trata-se de Alysson Paolinelli, representante da Revolução Agrícola Tropical Sustentável que desenvolvida no Brasil a partir de 1970. Este modelo pode ser seguido em diversas regiões tropicais do mundo. Paolinelli foi candidato ao PRÊMIO NOBEL DA PAZ. Entende-se que não há paz onde haja fome. Assim "AGRO É PAZ". Outro Engenheiro Agrônomo que recebeu o Prêmio Nobel, também da Paz, foi o norte-americano Norman Borlaug em 1970, pela sua ligação a Revolução Verde que contribuiu para o combate a fome no mundo. 

Infelizmente o Engº Agrônomo Alysson Paolinellinão foi o vencedor. Houve 329 candidatos e a Academia decidiu premiar dois jornalistas pela corajosa luta pela liberdade de expressão nas Filipinas e Rússia, condição prévia para a democracia e paz duradoura. Entretanto, o trabalho desenvolvido para divulgar e justificar a indicação do Engº Agrônomo Alysson Paolinelli foi importante para comunicar a relevância do agro brasileiro como protagonista da segurança alimentar mundial, aprimorando o reconhecimento e percepção pela sociedade. O Brasil merecia e o agro merecia este Prêmio Nobel para um Engenheiro Agrônomo! Produzimos em quantidade e qualidade, para atender as exigências de todos os mercados. Nossos alimentos são saudáveis, contribuindo para a melhor qualidade de vida dos consumidores. É importante que a população, cada vez mais urbana, conheça e valorize o Engenheiro Agrônomo. São cidadãos que, além de suas qualidades profissionais, devem ser éticos, responsáveis, apresentarem espírito de equipe e liderança, estarem conectados com os avanços tecnológicos e serem bons comunicadores. Em uma sociedade que valoriza aspectos ambientais, sociais e culturais, o Engenheiro Agrônomo é um profissional com espaço para contribuir por uma vida melhor para todas as pessoas



Autores: José Otávio Menten, presidente do CCAS; Mateus Mondin e Gerard Bandel, professores da disciplina "Introdução à engenharia agronômica" da USP/ESALQ

 

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