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Ferrugem do café (Drepo F70)
01/02/2016 - Por eduardo pires castanho filhoAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Curso terminado. Sem o registro do CREA ainda.
Procura por emprego já em andamento.
Apareceu a grande ameaça agronômica de então: a ferrugem do
café. Para participar da empreitada precisava ser uma dupla, ter carro, e se
receberia um "salário" e alojamento. O treinamento foi feito na CATI. O
problema era que ninguém sabia direito o que, nem como fazer. Até hoje não se
sabe se se pretendia estabelecer um cordão sanitário, ou não. Enfim, o objetivo
imediato era descobrir se a ferrugem já havia "invadido" São Paulo, ou estava
contida.
Foram quase dois meses na região de Mococa. Eram várias equipes
em outras regiões do Estado, mas a maioria concentrada nas fronteiras com os
estados de Minas e Rio de Janeiro.
O método era simples: todos os dias andando pelos cafezais,
teoricamente procurando a ferrugem pé por pé, olhando folha por folha. Calor, cansaço, café doce e morno todo dia, o
dia todo. Tal dia começava com o contato com o dono ou responsável da
propriedade e dá- lhe o primeiro café de fogão de lenha. Depois pegava- se a
condução para ir até a lavoura. A vistoria no começo funcionava, depois... o
trote era melhor! Às vezes o dono oferecia um almoço, mas, não era comum.
À noite cerveja nos botecos. Dormida nos alojamentos, que
em Mococa reuniu mais de quinze estagiários, entre os quais, pelo seu roncar
peculiar um dos integrantes ganhou a alcunha de Caterpillar.
Antes de se completarem os dois meses acharam ferrugem em
outra região e o trabalho foi suspenso.
São Paulo fora invadido! As pesquisas do Agronômico, no
entanto, salvaram a lavoura.
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Eduardo Pires Castanho Filho (Drepo F70) Engenheiro Agrônomo, Ex morador da Republica do Pau Doce