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Importância da Análise Química de Solo (Arara)

05/03/2015 - Por luís reynaldo ferracciú alleoni
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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A maior parte dos solos brasileiros não apresenta condições químicas adequadas para sustentar um bom desenvolvimento das culturas. Assim, os agricultores precisam melhorar o grau de fertilidade dos solos a fim de se obter sucesso. 

As técnicas normalmente empregadas para manejar quimicamente o solo são a calagem, gessagem e a adubação, e a ferramenta rotineira utilizada para definir como isto será feito (principalmente quais os produtos a serem utilizados e quanto aplicar) é a análise química de terra. Sem uma análise química de terra e um adequado programa de calagem e adubação, o sucesso estará distante do agricultor e de sua empresa agrícola. Desta forma, todos os técnicos que prestam serviços a uma empresa agrícola devem estar convenientemente preparados para resolver questões relacionadas à interpretação dos resultados da análise de terra para fins de recomendação de calcário, gesso e adubos.

Uma vez realizado um bom plano de amostragem de terra, seja o convencional ou o baseado em técnicas de agricultura de precisão, a amostra chegará ao laboratório, que irá avaliar as quantidades disponíveis dos elementos essenciais. Quando analisamos o teor total de um elemento no solo, por exemplo, fósforo, presente em uma área, e comparamos com a quantidade exigida deste elemento pelas culturas, observamos que a quantidade no solo é muito maior do que a quantidade exigida, e portanto não precisaríamos adicionar fósforo ao solo. Mas, para a maioria dos solos, a planta será deficiente deste elemento, caso não seja adicionado adubo fosfatado. Isso ocorre porque a maior parte do fósforo do solo estar em formas químicas que as plantas não conseguem absorver.

Numa análise química precisamos de substâncias com propriedades químicas ou físico-químicas que retirem do solo porções do elemento compatíveis com as quantidades disponíveis às plantas. Essas substâncias são os extratores. Um elemento pode, normalmente, ser retirado do solo no laboratório por muitos extratores, sendo cada um pesquisado e utilizado para certos locais ou grupos específicos de solos.

No Brasil, utilizam-se diferentes métodos de extração. Por isso, é muito importante saber quais são estes métodos no momento de enviar as amostras e, principalmente, no momento da interpretação e recomendação. A calibração da análise química de terra e as tabelas de recomendação de adubação são específicas para aquele extrator e região. A análise química de terra com métodos químicos diferentes dos previstos pela tabela de adubação representa um grande erro. 

O Laboratório de Análises Químicas de Solo da ESALQ para fins de avaliação da fertilidade do solo e posterior recomendação de calagem e adubação foi acredito pelo Inmetro pela ISO 17025 (ensaios de laboratório) e faz parte da rede de laboratórios credenciados pelo Programa de Proficiência de Qualidade do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Resultados de análises químicas do solo são entregues em até 5 dias úteis e levam o selo de garantia da ESALQ. Os recursos são utilizados para modernização dos laboratórios e para auxílio nas atividades de ensino e pesquisa do Dep. de Ciência do Solo da ESALQ. Nos últimos anos, mais de R$ 400.000,00 foram gastos com verbas extra-USP para reforma de 6 salas de aula, envolvendo troca de cadeiras e mesas, pintura, aquisição de data-shows, telas etc. 

Para auxiliar no treinamento de profissionais que trabalham na área de Fertilidade do Solo e Adubação de Grandes Culturas, o Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/ESALQ) oferece desde 1998 o Curso de Especialização em Manejo do Solo. O curso aborda as bases teóricas e práticas de manejo necessárias para uma produção agrícola sustentável, além de promover intercâmbio entre profissionais dos setores de pesquisa e de produção agropecuária. 

O curso tem duração de dois anos e já contou com a participação de cerca de 800 profissionais de liderança conhecida nas áreas agronômica e florestal. O profissional que cumpre todas as etapas do curso, incluindo apresentação de uma monografia, recebe o título de "Especialista em Manejo de Solo", pela USP, correspondente a uma pós-graduação Lato Sensu.

No curso há aulas teóricas e práticas, dando oportunidade aos alunos de interagir e interpretar estudos de casos e realizar análises laboratoriais químicas, físicas e mineralógicas em amostras de diversos tipos de solos. Há também aulas de campo, para conhecer os principais atributos das diversas classes de solo, restauração de áreas degradadas, sintomas de deficiência e toxicidade dos elementos nas principais plantas cultivadas, avaliação de camadas compactadas do solo e o manejo adequado da adubação mineral e orgânica.

Além de Piracicaba, o curso já teve turmas em Bebedouro (SP) e Ponta Grossa (PR). Atualmente há turmas em Piracicaba (SP), Dourados (MS), São Sebastião do Paraíso (MG), Sinop e Primavera do Leste (MT), Goiânia e Rio Verde (GO) e Luís Eduardo Magalhães (BA). As próximas turmas terão início nos seguintes locais e datas: Piracicaba (06/03); Sinop (10/04); Primavera do Leste (08/05); Balsas (15/05); Dourados (22/05). 

Interessados podem entrar em contato pelos e-mails manejo@esalq.usp.br ou cdt@fealq.org.br ou pelo telefone (19) 3417-6604.

Site do Dep.de Ciência do Solo ESALQ: www.solos.esalq.usp.br - email: lso.lab@usp.br

Luís Reynaldo Ferracciú Alleoni - Arara (Turma 1985)
Professor do Departamento de Ciência do Solo - ESALQ/USP
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