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Inquietudes

28/07/2016 - Por raphael lovadine tristão
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As duas opções têm riscos, ficar nela aprisionado ou ficar cego, mas é muito mais fácil ver a verdadeira luz na escuridão do fundo abismo do que olhando diretamente para as muitas luzes do sol.

Há uma pressão em minha mente, atordoante, nauseante, são muitas as perguntas nenhumas as respostas. Estar sentado na sala da ignorância é um terrível sentimento.

Existiu o big bang, o universo existe e se expandiu. Mas onde estava o big bang? O que havia antes? Nada? Aliás, onde está o universo, onde se situa? Dentro de outro universo? E este então, onde fica? Seria um grande globo de neve na mesa de Deus? Uma demanda para Vishnu? Insetos correndo na palma da mão de Buda?

Quão belo e magnifico seria sentar-se à beira de um buraco negro e presenciar todo seu terror, ou o quão incrível seria voar pelo olho da tempestade de Júpiter e contemplar toda sua inimaginável violência? Por que essa vontade de sentimentos impossíveis, quase irreais?

Por falar em deuses, não há misericórdia, compaixão? Por que as pessoas nascem nesse mundo? Para que vir à vida se nem ao menos há soma zero, se o sofrimento é abundante e sobra? Fome, miséria, opressão, perseguição, doenças, guerras sem sentido, aqui troca-se a vida por alguns trocados ou por fronteiras inexistentes, do sofrimento emergem as grandes almas? Qual o sentido de sofrer para ser iluminado pela eternidade na outra vida? Se é que ela está lá, por que não ir direto? Por que temos que vir aqui? Não teria sido melhor outro espermatozoide ter sucedido? Por que eu dentre tantos outros? O que significa essa vida senão um menos que nada nesse universo infindo?

Eu vivo atrás de meus olhos, o que de certa forma traz agonia também. Por que estou preso aqui, não consigo sair e ver outra perspectiva? Como tenho certeza que isso tudo não passa de um grande show de Truman? E se tudo isso for mentira, uma Matrix? Podemos estar nela agora, e com 99,99...% de chances jamais saberíamos. Por que o sentimento de saudade de coisas que não vivi? Será que não às vivi? Se sim, por que retornar a esse mundo? Não fui digno dos Campos Elíseos, não fui honrado para Valhalla? Ou simplesmente não há nada lá? Vem-se do abismal escuro e frio do nada e volta-se para ele?

O mar da ignorância tira a paz, aterroriza. Por que não há respostas? Por que sinto essa inquietude? Minhas dúvidas pulsam em minha nuca, pressionam. Estou preso nas sombras do abismo das dúvidas. 

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