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Mão-de-obra no Agro (Hulq; F99)

22/09/2020 - Por marco lorenzzo cunali ripoli
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Recentemente participei de uma entrevista especial no programa BELGO AgroPod, da empresa Belgo Mineira, para falar sobre a escassez de mão-de-obra no agronegócio brasileiro.

 

Sabe-se que o agronegócio é um dos principais setores da economia de nosso país e apesar dos bons resultados locais e das exportações apresentados e, mais um importante, o que se projeta, o campo ainda sofre com a falta de capacitação da força de trabalho.

 

Não existe a falta se mão-de-obra no setor, o que falta é a adequada qualificação, especialmente no momento que estamos onde cada vez mais se utilizam de novas tecnologias e ferramentas para redução de custos e aumento da produtividade. 

 

A Agricultura de Precisão, também chamada de Agricultura de Decisão é uma das maiores demandantes por requerem profissionais mais integrados e conectados com as diferentes tecnologias devido a elevada quantidade de instrumentos embarcados.  Não obstante, todos os demais elos da cadeia produtiva podem e devem investir em treinamento.

 

É importante pontuar que a falta de qualificação não é um tema cultural, apesar de erroneamente por muitas vezes se atribui ao campo e, especialmente aqueles que vivem nele, a falta de educação necessária (desde o ensino básico até o universitário e profissionalizante).  Os centros urbanos devem olhar para o Agro como um mercado importante para oportunidades de trabalho e não apenas como o setor responsável por alimentar a população!

 

Desde 1960 existe a escassez de mão-de-obra no Brasil e muito lentamente se vê o aumento de investimentos na construção, apoio e expansão das escolas técnicas como ETECs, SENAIs, FATECs etc.  Se pararmos para analisar, 2/3 destas escolas hoje se localizam no estado de São Paulo, maior mercado consumidor, mas longe de ser o maior mercado produtor.  É preciso assim expandir esta malha de conhecimento para atender a demanda existente. 

 

O Estado e Governo podem contribuir muito com este tema, alinhando políticas que foquem na geração de conhecimento, contudo grande parte do que vem acontecendo é oriundo da iniciativa privada, fundamental neste momento.

 

Não existe ainda uma pesquisa realizada, que eu conheça, que mediu com precisão o quanto o setor agropecuário poderia crescer com o aumento da capacitação dos profissionais.  Mesmo assim, é possível dizer que a qualidade dos serviços realizados, a satisfação dos profissionais e o índice de retenção aumentarão consideravelmente. 

 

O crescimento do Agro não passa por desmatamento e sim pelo melhor uso da terra, das variedades plantadas, das máquinas e equipamentos agrícolas, da gestão da operação e do trabalhador rural.

 

O Agro não para!

 

Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, Ph.D. é Engenheiro Agrônomo e Mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ-USP e Doutor em Energia na Agricultura pela UNESP, executivo, disruptor, multiempreendedor, inovador e mentor. Proprietário da BIOENERGY Consultoria e Agri_REX, e investidor em empresas.  Acesse www.marcoripoli.com

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