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Mercados Futuros: Ferramenta aliada do agricultor
18/10/2016 - Por maurillo jose marcondes larios naves de campos silAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
A Agricultura
é uma atividade nobre e arriscada. Fora da porteira, o agricultor não tem
domínio da situação. Além de "dolarizados", o agricultor é mero "tomador de
preços" e seu sucesso seria acertar o ponto ótimo de menor preço de
custo de cada insumo, e de maior preço de venda da produção.
Soma-se a
isso, a carência de armazéns que obriga muitos a "desovarem" seus grãos, e os
contratos a termo que tiram a liberdade de negociação da produção.
Para se
proteger desses riscos, os Mercados Futuros são uma possibilidade, na qual o
agricultor negocia um lote de uma mercadoria, a um preço, para uma data futura,
na Bolsa de Mercadorias e Futuros, sem compromisso de entrega, custos de
transporte e armazenagem.
Outra ferramenta,
utilizada na "Bolsa" são as Opções, no qual negocia-se um direito de compra ou
venda de uma mercadoria. Tema ainda a ser discutido.
Nos contratos
futuros, com uma pequena quantia, o agricultor pode proteger um capital bem
maior. As margens de garantia variam entre 3,5 a 10% do valor negociado,
podendo aplicações financeira serem dadas como garantias, enquanto continuam
rentabilizando.
Todas as
posições, têm seus valores ajustados diariamente, até a data de vencimento,
debitando ou creditando valores. O investidor pode encerrar a posição
antecipadamente, ou no vencimento. Cada tipo de contrato tem uma oscilação
máxima. O milho, p. ex., tem sua oscilação máxima diária de 5%.
O contrato
futuro de milho é negociado por saca de 60Kg em lote mínimo de 450 sacas, equivalendo
a 27 toneladas, pelo código CCM. Os meses de vencimento são: Jan, Mar, Mai,
Jul, Set e Nov, nos dias 15, ou dia útil seguinte. Um contrato de 450 sacas de
milho, cotado a R$43,00, que totaliza R$19.350,00 pode ser negociado por,
R$1.300,00, em margem de garantia, a R$3,22/saco.
A operação de
Hedge, de proteção de preços e garantia de receitas, se viabiliza por se atuar
em duas frentes: no mercado futuro e mercado físico. No "futuro", na Bolsa,
vende contratos financeiros para comprá-los, liquidando a posição. No mercado
físico vende seus grãos.
Exemplo:
Mercado Futuro Milho MT - Hedge |
||
PREÇO |
BASE |
|
BMF |
43 |
0 |
MT |
33 |
-10 |
BAIXA
BMF= R$30 |
||
FÍSICO |
FUTURO |
TOTAL |
20 |
13 |
33 |
ALTA
BMF=48 |
||
FÍSICO |
FUTURO |
TOTAL |
38 |
-5 |
33 |
A diferença de preço entre a região
de comercialização, e a Bolsa, denomina-se base de preço e pode oscilar
durante o ano. Nesse exemplo, é fixa, em R$10,00
Como
demonstrado na Figura, um produtor em MT, ao vender um contrato futuro de
milho, com vencimento em determinada data, "trava" seu preço, por saco, em
R$33,00, negociando um contrato de R$43,00 na Bolsa. Independe da variação dos
preços. Sua receita é garantida.
O mercado
futuro vai na direção contrária ao mercado físico. O que um subir, o outro cai,
garantindo um determinado preço por saca, protegendo a receita do agricultor. A
alta de preços na Bolsa equivale a queda de preços no físico. A queda na Bolsa
equivale a alta de preços físico. O agricultor sabe, antecipadamente, qual será
sua receita final.