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O grão que não é commodity (Dir²uba e Faxa Rosa)
15/05/2015 - Por henrique zaparoli marquesAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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cialis vs viagra websiteO segundo dia começou na Califórnia brasileira.
Uma cidade de 600 mil habitantes, universidades e empresas ligadas ao
agronegócio a perder de vista. De Ribeirão partimos para o município de
Batatais, onde visitamos uma fazenda de café. Mais de 370 ha irrigados sob
pivô, certificada mogiana e com muita tecnologia: do planejamento à comercialização. Fomos
recebidos com carinho e desde a entrada uma surpresa: tudo organizado, limpo e
equipado. Trata-se de uma fazenda transformou uma dificuldade em vantagem
competitiva. 1 – A certificação implica custos em infraestrutura,
mas melhora o preço, a negociação e a rastreabilidade; 2 – a irrigação plena no
cafezal contribui para uma floração continua e a consequente presença de grão
em diferentes estádios nos ramos – mas o sistema de separação via úmida e os
terreiros suspensos compensam o aumento da porcentagem de grãos verdes.
O sistema transforma essas dificuldades em
vantagens pois os custos são reduzidos e valor é agregado aos grãos mais
nobres. Se a produção fosse colhida, seca e processada como um mesmo lote a
qualidade da bebida seria prejudicada e o preço também.
Tudo é rastreado, o café tem diferenças impressionantes em termos
de qualidade e originação. Ele não é como uma soja ou um milho que pode ser
misturado em containers sem perder valor.
Depois
de toda uma manhã na companhia daquele senhor atencioso, almoçamos e partimos
para um armazém geral que presta serviços para uma empresa alemã de
processamento de cafés. Eles
recebem as ordens de blends, realizam as misturas e mandam para o porto de
Santos. Perto das tuias (os ‘silos’ de café) e daquele barulho todo, havia um
local especial.
Um espaço repleto de um aroma delicioso capaz de
atordoar as narinas desavisadas. Para nossa sorte e deleite, naquela tarde
havia um provador de cafés por lá.
Para classificar os grãos é preciso degusta-los. São recolhidas amostras, as quais são torradas e dispostas em uma mesa de prova. Com uma colher prova-se o a bebida, mas nossas papilas destreinadas não puderam perceber muitas diferenças entre os lotes. Aquela tarde já tinha sido rica, quando um professor amigo nosso sugeriu que passássemos numa empresa de açúcar orgânico ali perto. Ligamos e ao citar nosso contato fomos recebidos. Aprendemos muito sobre esse mercado em expansão.
Quem nunca parou em um café e teve como opção
açúcar orgânico naqueles sachês? Um fato notável é o rendimento superior dos
canaviais orgânicos (o que contraria o senso comum de que orgânicos produzem
menos). Foi interessante conhecer as estratégias de ocupação de mercado dentro
e fora do Brasil, bem como compreender que a pesquisa privada nesse setor representa
um ativo intangível, com valor e com capacidade de dificultar a entrada de
novos entrantes. A cana-de-açúcar pode ser um importante disseminador de
técnicas sustentáveis de produção. A velocidade desse processo vai depender da
estratégia adotada pelos poucos players hoje presentes no mercado.
Henrique Zaparoli Marques (Dir²uba F-14), Engenheiro Agrônomo, Pesquisador na Clinica do Leite do Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP, Ex-morador da República Barracão
Jonas Hipolito de Assis Filho (Faxa Rosa F-12), Engenheiro Agrônomo, Investidor em empresas do agronegócio, Ex-morador da República Barracão