Blog Esalqueanos
O mito do amor romântico (Dema; F05)
21/09/2022 - Por rodrigo pazzinatto de almeida leiteAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Precisamos falar sobre o amor romântico. Ou melhor, precisamos dizer que o amor romântico não existe. Muita calma nessa hora: não quero dizer que o amor não existe. Muito pelo contrário, é pela via do amor que conseguimos estabelecer relacionamentos mais satisfatórios e mais felizes. É por amor que conseguimos ter um senso de propósito no trabalho. É por amor que educamos as crianças e é por amor que nossa existência faz sentido. Se não tem amor, não tem graça. Mas o amor romântico é um ideal forjado na nossa cultura, uma tentativa de fazer-nos acreditar em contos de fadas e isso precisa ser conversado.
Mas porque você está vindo à página de ex-alunos para falar sobre isso? Porque acredito no meu trabalho enquanto psicoterapeuta e porque gosto de semear amor. É muito comum a queixa que diz respeito ao relacionamento amoroso aparecer no meu consultório. A infelicidade que acomete o casal depois de uma traição, a falta de desejo que toma conta de relacionamentos mais duradouros, a escassez do sexo, o excesso de sexo, a inconformidade com o término da relação, a dificuldade em encontrar uma parceria amorosa, a busca por novas formas de amar. Esses são alguns dos assuntos que trazem incômodo às pessoas, que tiram o sono, geram ansiedade, desencadeiam um processo de tristeza e desesperança e por aí vai.
Longe de achar que devemos buscar as mil maravilhas: relacionamentos são trabalhosos, geram desgaste e se não adubar, não floresce. Adube que adubando dá. Essa máxima esalqueana vale para o seu casamento, para o seu namoro ou ainda, para sua autoestima enquanto vive a vida de solteiro. E porque não adubar seu mundo interno por meio do uma busca por autoconsciência e desenvolvimento pessoal? A boa notícia é que a pandemia contribuiu para que o atendimento online fosse difundido, o que facilita buscar ajuda profissional. Inclusive brasileiros que moram fora do país podem ser atendidos por psicólogos aqui no Brasil.
O mito do amor romântico nos faz buscar o "felizes para sempre". Já percebeu que os contos de fadas acabam com essa frase? Ninguém fica sabendo o que acontece depois. Quem traiu quem? Quantas vezes o homem broxou? Quantas vezes a mulher fez sexo sem vontade? Quantas vezes eles quiseram romper com os vínculos e seguir a vida, cada um na sua?
Um passo importante para ter relacionamentos mais saudáveis é parar de acreditar em conto de fadas que trazem o mito do amor romântico. Esse mito gera falsas expectativas em relação à parceria amorosa. Há uma idealização da pessoa amada, e sabemos, a realidade pode ser muito frustrante quando idealizamos algo. Isso não significa que você não possa demonstrar carinho, companheirismo, atenção e o cuidado com a vida de quem você gosta. Tudo isso faz parte da relação. O que não dá para esperar nos tempos de hoje é a expectativa de encontrar a metade da laranja, a tampa da panela, a completude no outro. Até porque somos mortais, e depois como ficamos? Uma laranja pela metade? Uma panela sem tampa para o resto da vida? Seja tampa e panela ao mesmo tempo e encontre um refogado gostoso para fazer com quem você gosta, cada um adicionando seus temperos e sua individualidade.
O amor romântico pode ser sim um tipo de amor, se assim você o desejar. Mas é bom saber que há inúmeras outras formas de amar.
Convido a conhecerem minha página no Instragram @rodrigopazzinatto.psi
É um lugar onde falo de relacionamentos, sexualidade e outros assuntos da psicologia.
Abraços esalqueanos
Dema (F05)
Rodrigo Pazzinatto de Almeida Leite
Psicólogo, palestrante, escritor e, também, Engenheiro Florestal.