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O som mais doce para um ser humano (Vavá; F66)
25/09/2018 - Por evaristo marzabal nevesAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
O
som mais doce para um ser humano
Evaristo Marzabal Neves
Para começar, duas lições pinçadas da
internet.
A primeira
relata que um estudante de enfermagem em uma prova, com perguntas científicas,
se deparou com a última, achando ser uma brincadeira ou piada. A pergunta final
era: “Qual o primeiro nome da mulher que faz a limpeza da escola?”. O aluno não
respondeu (porque não sabia o nome e nem se lembrava bem da pessoa) e, ainda indagou
se era simples brincadeira e se tinha algum peso. O professor respondeu: - É
claro que vale, e muito! Na sua carreira você encontrará muitas pessoas. Todas
têm seu grau de importância. Elas merecem sua atenção mesmo que seja com um
simples “sorriso” ou um simples “alô”. O aluno compreendeu a mensagem e a levou
para a vida: “Eu nunca mais esqueci essa lição e também acabei aprendendo que o
primeiro nome dela era DOROTHY”.
A segunda, na
reflexão “A tigela de madeira”, um velho senhor foi levado por seu filho para
morar com sua esposa e o neto de quatro anos. Por ser idoso, enxergando pouco e
mãos tremulas, sempre deixava cair seus talheres à mesa ou derrubava comida. Os
pais do menino bronqueavam e perdiam a paciência, de tal modo que colocou o avô
numa mesinha num canto da cozinha e deu-lhe uma tigela de madeira. A humilhação
foi tanta que o neto só via, às refeições, tristeza e lágrimas no rosto do avô.
Certo dia, o pai notou que o filhinho estava no chão, manuseando pedaços de
madeira. Perguntou-lhe: - o que você está fazendo? A criança respondeu: - Ah,
estou fazendo uma tigela para vocês comerem, quando eu crescer. Os pais ficaram
mudos e tomando o avô pelas mãos, conduziram o velhinho à mesa. Daí para frente
e até sua morte, ele sentou à mesa com a família. E pouco se importavam com as
fragilidades físicas do velho. Entre as lições, a última rezava que “as pessoas
se esquecerão do que você disse...esquecerão o que você fez...mas nunca
esquecerão como você as tratou”.
Juntando as
peças, o que se depreende dessas lições? Que o respeito e educação, para
qualquer ser em seu entorno, devem ser modelos em seu ambiente: no trabalho, em
casa, no convívio social. Para qualquer chefe, faz parte da humanização do
ambiente do trabalho, responsável por criar no cotidiano um clima organizacional
saudável e respeitoso. Inclusive, senti nos anos que exerci posições
administrativas que respeitando o próximo, se obtém dos subordinados o máximo
de sua produtividade, pois sentem sua autoestima valorizada e dignificada.
Aos nossos alunos,
quando saem para estágios (de férias, Vivencial ou Profissionalizante),
aconselho: procurem memorizar os nomes das pessoas e as cumprimente e as trate
de forma gentil, independente do cargo ocupado. Sem preconceitos ou
discriminação, reflita sobre: “o nome das pessoas é, para elas, o som mais importante
e o mais doce em qualquer língua (D. Carnegie)”. Continuando, digo-lhes:
“Lembrem-se que isto vale muito, principalmente para as pessoas mais simples e
humildes (são seres humanos, têm sentimentos e valores)”. Ser lembrada e
chamada educadamente pelo seu nome eleva sua autoestima. É alguém, não um
indigente. Respeito e dignidade são fundamentais.
Onde há sobra de
violência e desrespeito, nadas resta de afetividade e generosidade.
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Evaristo
Marzabal Neves, Prof. Senior – ESALQ/USP. E-mail: emneves@usp.br