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O teu monumento é tua Escola (Vavá; F66)
12/09/2024 - Por evaristo marzabal nevesAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Em 1964 eu estava no 3º ano de Engenharia Agronômica (único curso
na época) e presenciei o traslado dos restos mortais de Luiz de Queiroz e de
Ermelinda Ottoni de Souza Queiroz para o nosso campus. Foi no dia 12/06/1964.
Vem à lembrança que
fomos dispensados das aulas para presenciar o traslado, assistido pelos
ingressantes de 1960 a 1964. Fomos deslocados para a sacada do Prédio Central,
com excelente visão de tão significativa efeméride, pois a Esalq acolhia os restos mortais de seu casal fundador.
Por que o dia escolhido foi 12 de junho? Neste dia, em 1849, nascia Luiz de Queiroz e
nada mais do que reverenciar, em data tão relevante, a lembrança do dia de seu
nascimento.
Sobre esta homenagem há relatos em ´Achados do Arquivo´,
acervo do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo ligado ao Departamento
Administrativo da Câmara Municipal de Piracicaba. Transcrevendo parte, tem-se:
"Os restos mortais do casal estava no Cemitério da Consolação em São Paulo até
11/06/1964, quando foram exumados e trasladados para Piracicaba a fim de que no
dia seguinte, 12 de junho, numa grandiosa cerimônia fossem depositados num
mausoléu no Campus da Escola USP".
"Em 09/06, a Câmara Municipal de Piracicaba recebia um oficio
assinado por Hugo de Almeida Leme, à época diretor da Esalq, convidando os vereadores
para as cerimônias que aconteceriam nos dias seguintes". No oficio, o Diretor
afirmava que ´a colocação dos restos mortais do ilustre brasileiro em terreno
desta escola representa a maior homenagem que lhe poderíamos prestar´
Adiante há o registro do Programa de Solenidades da
trasladação:
Dia 11/06/64-14h00
Cemitério da Consolação São Paulo - Partida do cortejo composto por
autoridades, parentes dos homenageados, membros da Universidade de São Paulo,
professores, alunos e funcionários da escola.
17h00 - Chegada a Piracicaba. O cortejo
será esperado a 1 quilometro da Esalq por autoridades, professores, alunos e
funcionários da Escola...As urnas serão transferidas de veículo da Escola para
um carro do Corpo de Bombeiros, com Guarda de Honra... Colocação das urnas na
Escola onde passarão a noite com Guarda de Honra Militar e presença de
autoridades, professores, funcionários e demais pessoas.
Dia 12/06/64 - 08h00 - Hasteamento da Bandeira Nacional,
09h30 - Transporte das urnas para a
Catedral de Piracicaba;
10h00 -
Missa Solene;
11h00 - Solenidade de Colocação dos restos
mortais do Eng Agr. Luiz Vicente de Souza Queiroz e de sua esposa Dona
Ermelinda Ottoni de Souza Queiroz no mausoléu erigido no Campus da Escola. Um
parêntese: "Desde o solene 12/06/1964, o
Campus da Esalq guarda os restos mortais de seus fundadores num mausoléu
projetado pelo artista piracicabano Archimedes Dutra, localizado em frente ao
Edifício Central".
Para o transeunte que, por curiosidade, se aproxima do mausoléu lerá,
sobre a lápide as placas que registram as datas de nascimento e morte de Luiz
de Queiroz (12/06/1849 a 11/06/1898) e de Dona Ermelinda Ottoni de Souza
Queiroz (21/03/1856 a 07/04/1936). Contornando, a frente do mausoléu, lerá: À
Luiz Vicente de Souza Queiroz - O teu monumento é a tua Escola.
Naturalmente quem esteve presente naquele dia 12/06/1964, há
de se lembrar das solenidades e reverenciar o legado deixado pelo casal
fundador da Esalq, marca nostálgica que deixa em nossas vidas. Para os demais,
pode até não chamar a atenção, quando muito tirar foto com o Prédio Central no
fundo.
Pergunta que não quer calar e que remeto à reflexão de cada
um que hoje depende e tem sua vida profissional no Campus e dos alunos que aqui
estudam: Onde estaria hoje se não
tivesse existido o casal fundador da Esalq?
Neste sentido, 52 anos como professor e cinco (1962-1966)
como aluno, só me resta manifestar meu sentimento de gratidão: A benção Luiz
Vicente de Souza Queiroz e Dona Ermelinda Ottoni de Souza Queiroz! O sonho se
concretizou!
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Publicado na Gazeta de Piracicaba, Ano XXII, n.5530, p.2
(Coluna Opinião)