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O Valor do Conhecimento (Guaimbê F90)
14/06/2015 - Por evaldo kazushi takizawaAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

Evaldo Kazushi Takezawa
Neste momento estou dentro de um avião sobrevoando o continente Americano
numa poltrona apertada a caminho do Brasil, com tempo suficiente para uma
reflexão sobre a agricultura brasileira.
Mas antes cabe esclarecer o motivo da viagem, estou num grupo de
pesquisadores das áreas de entomologia, plantas daninhas e fitopatologia que foram
aos EUA para uma reunião de intercâmbio de conhecimento e visita as instalações
de pesquisa de uma grande empresa ligada a agricultura.
Um detalhe vale ser lembrado, entre um grupo de 50 engenheiros agrônomos
20% são esalqueanos, isso demonstra quão importante a ESALQ exerce o papel na
geração do conhecimento agrícola no Brasil e a formação do senso crítico nas áreas
da defesa sanitária vegetal.
A reflexão sobre a agricultura brasileira é até quando seremos apenas
usuários de toda tecnologia gerada pelos americanos para o dia do Brasil criar tecnologias
que gerem royalties, todo aparato utilizado nas pesquisas dos EUA chega a ser humilhante
para quem deseja assumir papel de destaque na agricultura não somente na
produção como no conhecimento.
O ambiente tropical oferece naturalmente uma gama de problemas
fitossanitários que é para a pesquisa a matéria prima para a geração do
conhecimento, em ambientes temperados esses mesmos problemas devem ser
induzidos artificialmente para serem estudados.
Numa certa ocasião um fitopatologista americano ficou extasiado ao se
deparar com uma planta de algodão no Brasil com cinco enfermidades ocorrendo
simultaneamente, naquele momento pareceu-me exagero.
Da mesma forma a seleção de Spodoptera resistente ao gene Bt em menos de
três anos no milho e algodão podem ser vistos como o grande problema da agricultura
tropical, mas a velocidade do aparecimento destas pestes pode ser reenquadrada numa
visão diferente e um campo fértil para a pesquisa brasileira, quanto mais problemas
na agricultura e se houver pesquisa podemos gerar respostas e soluções mais
rápidas e compartilhar, desta forma ganhar com o conhecimento e não somente com
a venda de grão, carnes e pluma.
Evaldo Kazushi Takizawa (Guaimbê F90), Engenheiro Agrônomo, F 1990 é Sócio da Ceres Consultoria Agronomica, Sócio Mantenedor da ADEALQ e Ex Morador da Republica SS Pau Torto