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OLIMPÍADAS, NO PLURAL (Drepo F70)
23/08/2016 - Por eduardo pires castanho filhoAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
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Com o final dos Jogos Olímpicos do Rio (a Olimpíada) voltam à memória cenas indeléveis vividas na adolescência. Minha geração teve a felicidade de viver momentos cruciais do desenvolvimento do esporte no país. Era por volta de 64, com as agitações e o Golpe (esse sim) retirando as liberdades básicas dos cidadãos.
Santo André, berço do sindicalismo caboclo sofria as conseqüências, mas, surpreendentemente criara condições únicas para o desporto. Havia um professor de educação física, no Instituto de Educação Dr. Américo Brasiliense de Almeida Mello- o IEAB, que era egresso da seleção brasileira de atletismo, e que, apesar de sua condição física avessa às práticas esportivas, introduziu formas novas de treinamento que deram origem a uma nova geração de atletas: Paulo da Costa Rezende, o Paulão, oriundo de Niterói. Apesar de seu jeitão absolutamente avesso à condição esportiva era um líder inato e cheio de paixão pelo esporte, principalmente pelo Santos Futebol Clube. Mas, ele pouco tratou de futebol com seus alunos; seu "negócio" eram atletismo e natação.
Aqueles que tinham mais aptidão eram "recrutados" e se submetiam a treinamentos intensivos nas mais variadas modalidades. O clube Aramaçã se transformou numa extensão do IEAB, com treinos diários. Aprender a dar tiros de partida, passar o bastão no revezamento, estabelecer as marcas para os saltos em distância e triplo, marcar o salto em altura, na época introduzindo o rolo, como segurar a vara para o salto, com a rotação e o tipo de corrida a ser empregada. Os movimentos para lançamento do dardo, do disco, do martelo e do peso, enfim todo o universo do atletismo.
Além disso, acompanhávamos o desenrolar dos Jogos de Tóquio e do México, do qual alguns recordes permanecem até hoje. Bob Beamon na distância, 8,9 metros!
Outro marco dessa época foi o desenvolvimento do voleibol, que teve em Santo André o seu berço, despontando Moreno e Decinho como expoentes, que deram uma configuração nova ao esporte, que se reflete até os dias atuais com as conquistas do vôlei brasileiro.
O envolvimento e participação nos Jogos Estudantis e Jogos Abertos do Interior deram o aprendizado que faltava aos praticantes, desenvolvendo neles maturidade e espírito de competição, indispensáveis na formação do caráter desses então adolescentes.
É prazeroso você poder acompanhar as competições entendendo o que está sendo executado, mas, atletismo, natação, futebol, voleibol, basquete, o tênis, apesar de pouco praticado na época, saltos ornamentais, handebol, e até a ginástica artística com seus plintos e quedas espetaculares, necessitam um aprendizado anterior para poderem ser bem desfrutados.