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Qual é o Melhor Clima para Correr? (Cumprido)
09/04/2015 - Por gerd sparovekAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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correr?
Gerd Sparovek
Quase sempre fui do
movimento. Com exceção de um pequeno lapso em que por extrema burrice abri mão
do esporte, a atividade física sempre foi importante na minha vida. Por sorte,
não fui burro por tempo suficiente para atingir um tipo de no-turning point,
que leva à entrega total ao sofá e controle remoto. Em 2015 mantenho exatamente
o mesmo peso que tinha em 1980 quando comecei a graduação na Esalq. Omitindo os
detalhes da distribuição espacial deste peso, a situação pode ser considerada
excepcional. Na minha idade, infelizmente, alguns já entraram em equilíbrio
termodinâmico, muitos estão próximos disto, e a maioria compensou a natural
perda de massa muscular com ganhos mais do que compensatórios de camadas
lipídicas.
Manter o movimento foi
um processo de contínua adaptação à idade, e tempo disponível, ou melhor,
disponibilizado. Pelo risco de lesões parei com os esportes de interação com
outros serem humanos, como o basquete, que era meu favorito. Nos times de
master, onde me encaixo atualmente, alguns adultos regridem para estágios
pré-moleque. Gritam, xingam, e acime de tudo, fazem faltas e lances perigosos
como se aquele rachão de 15 minutos fosse a final do campeonato mundial. Além
de qualquer briga me deprimir bastante, num lance de badeja fui puxado para
trás caindo de costas e batendo a nuca no chão. Esta foi a última jogada, nunca
mais voltei ao clube.
Corridinha de 10k, com sensação térmica de -2C, tempo de prova - 51:16 -Foto: Arquivo pessoal
Fiz um estágio no
ciclismo MT e Speed, comecei a correr e numa sequência lógica, acabei chegando
ao triátlon. Em 2014 fiz nova adaptação, voltei às corridas e em maio de 2015
vou correr minha primeira maratona, em Estocolmo. A adaptação veio da mudança para
a Suécia, onde estou trabalhando no momento, na universidade de Chalmers em
Gotenburgo.
Antes do novo vírus da
descrença generalizada em relação aos servidores públicos contaminar este
texto, vou esclarecer: sou funcionário público no Estado de São Paulo e ocupo
um cargo de Professor na Esalq, unidade da USP que é ligada à Secretaria de
Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. É de lá que vem meu salário
que pode ser consultado pelos 86 milhões de brasileiros que tem acesso à
internet em <https://uspdigital.usp.br/portaltransparencia/> para decidir
se ele é alto ou baixo, justo ou injusto. Pessoalmente, acho meu salário elevado,
eu poderia viver com menos, mas não tenho meios de mudar esta situação. Meu
salário é definido por legislação específica. Estou aqui a trabalho, numa
colaboração denominada de sabbatical. Algo como o CEO da Pepsi trabalhar um ano
e meio na Coca para entender como as coisas são feitas por lá. Também
competimos por espaço e recursos no mundo acadêmico, cada vez mais, mas,
felizmente, ainda mantemos a tradição de ajuda mútua!
Esclarecido isto, por
aqui os lagos são muito frios, e a bicicleta que uso nos triátlons ficou no
Brasil. Restou foi correr. Aqui, se você não correr “whatever!” você
simplesmente não corre. A latitude é 58 graus Norte, e se não fosse uma
corrente marinha, isto aqui seria um freezer a maior parte do ano. Mas a
corrente também traz umidade, e com isto nuvens, vento, chuva e neve. Quando
cheguei, após 15 dias sem ver a cor azul no céu, perguntei de onde vinha o
tempo ruim. Eles responderam surpresos: “Ora, de todos os lados, menos do sul.
Pode vir da Rússia pelo Leste, da Inglaterra pelo Oeste, do polo Norte, apenas
não do Sul. Se olhar para lá, e estiver clareando, é porque vai sair o sol.” Com
esta esclarecedora explicação desisti de esperar o sol sair. Comprei um novo
par de tênis para animar, as roupas e acessórios de correr no “whatever!” e
fui!
Tênis Asics - GEL FUJISETSU GTX - com cravos de titânio, para corridas "Geladas"... Foto: Arquivo pessoal
Conclui que o melhor
clima para correr é quando está entre 0 e 5C, pouca chuva, pouco vento e o gelo
já tenha derretido para evitar o tênis com cravos, que é mais pesado!
Gerd Sparovek (Cumprido F-83) Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutor, é Professor da ESALQ na área de conservação do solo e planejamento do uso da terra. Atualmente na Universidade de Chalmers em Gotenburgo. Ex-Morador da República Kpixama.