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Saia do seu ofurô de cocô (Iskrépi; F11)

24/01/2023 - Por luciana okazaki
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Faz 3 anos que decidi deixar a carreira corporativa para cuidar da minha saúde física e mental. Na época, estava passando por um burnout e sofrendo de uma paralisia cervical.

 

O que aprendi nestes pouco mais de 1.000 dias já superou a marca de todo o conhecimento que acumulei durante minha graduação, pós-graduação e intercâmbios - quem quiser até pode checar meu perfil no LinkedIn

 

Sair do mundo da teoria e da sua área de conhecimento não é trivial. As vezes ficamos tão acostumados a esta zona familiar que acabamos nos estagnando por ali. Mesmo que este espaço seja apertado, incômodo e desagradável. Eu chamo isso de ofurô de cocô. Fede, é ruim, mas é quentinho e você já está super acostumada com aquele ambiente.

 

Quando ficamos no ofurô de cocô, significa que estamos na estagnação, fazendo as mesmas escolhas de sempre, ou pegando atalhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.

 

O meu ofurô de cocô, no caso, era o desgosto pela minha profissão, o medo de trilhar uma nova carreira, a insegurança de me libertar das amarras mentais que eu criei durante minha vida toda. O meu ofurô de cocô criava uma infelicidade constante, uma falta de perspectiva e esperança de que a vida poderia ser boa.

 

Sair deste lugar pode ser desconfortável. É como quando saímos de uma piscina aquecida e somos pegos por uma rajada de vento. A gente treme e quer voltar lá para o quentinho. Mas a medida em que damos passos na direção oposta deste lugar, começamos a perceber o mar de benefícios de se afastar dele.

 

Para mim, o meu maior benefício foi encontrar aquilo que realmente me dava satisfação de trabalhar. E isso reverberou em muitos outros aspectos: o benefício de me curar de uma ansiedade generalizada, das crises de pânico, dos ciclos repetitivos. Como benefício secundário, eu também parei de fugir da minha própria vida, parei de buscar durante os finais de semana aquilo que me faltava nos dias de semana. Comecei a criar a realidade que eu desejava.

 

Sair do ofurô de cocô me ensinou a ultrapassar a barreira do medo. Me ensinou o poder que existe em nos colocarmos num lugar de vulnerabilidade e pedir ajuda. Me ensinou a força que existe nas conexões. Também me ensinou a dizer 'não' mais vezes. Muito mais vezes.

 

E quando eu disse que o que aprendi nesses três últimos anos ultrapassou tudo o que vivi até então, é porque a minha evolução e desenvolvimento pessoal cresceram num ritmo exponencial. Porque eu me permiti. Porque eu me abri para as infinitas possibilidades.

 

Ouvi recentemente um ditado que diz "cavalo selado só passa uma vez" e precisamos pular nele. Eu discordo. Ao longo da nossa vida vários cavalos selados passam por nós. Mas se estivermos chafurdados no ofurô de cocô, realmente, não dá para montar nele. Por isso, se olhe no espelho hoje mesmo e se pergunte: "o que tem me mantido dentro desse ofurô de cocô?".

 

Busque as alternativas e busque ajuda para sair dele o quanto antes. Você não está sozinha.

 

Luciana Okazaki (Iskrépi; F-11) ex-moradora da República Cupido, é engenheira agrônoma vivendo seu propósito como Terapeuta Integrativa

 

Quer explorar seu mundo interno e ter uma vida com mais saúde mental e bem-estar? Veja outros insights sobre o caminho do autoconhecimento no meu Instagram @luciana.okazaki

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