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Saindo do Arroz com Feijão (Dir²uba e Faxa Rosa)
29/05/2015 - Por henrique zaparoli marquesAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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sereventAcordamos um pouco atrasados por conta do papo noturno com
os receptivos moradores da republica Zero16. Partimos pelas ruas de Uberaba e
logo avistamos um prédio com o letreiro: ”Empresa de Pesquisa Agropecuária
de Minas Gerais”, EPAMIG. Lá chegamos para conhecer o (fenomenal)
programa de melhoramento da soja para consumo humano.
Eles desenvolvem cultivares buscando enriquecer as
características interessantes para o consumo humano direto. Os cultivares tem
melhor sabor (devido ao baixo teor de lipoxigenases)
e menor tempo de cozimento. Essas características permitem a fabricação de
produtos à base de soja, como sucos e tofu, com menos conservantes,
aromatizantes e aditivos, diferente do
que é feito pela maioria das industrias hoje em dia.
Um dos novos cultivares, de cor marrom, pode ser misturado
ao feijão, de modo à elevar o teor de proteína da refeição dos brasileiros
(o feijão tem em média 20% de proteína, já a soja tem 40%, a mistura aumenta o
teor médio de proteína e reduz o de carboidratos). Os cultivares
desenvolvidos no programa da EPAMIG não perdem no campo para outros cultivares
não transgênicos tradicionais no mercado, como é o caso do Conquista, soja
colocada no mercado pela Embrapa no ano de 2004. A Conquista foi popular a
ponto de ocupar mais de 60% da área plantada com soja no triângulo mineiro e,
ainda hoje, é muito utilizada pela indústria alimentícia.
A EPAMIG possui uma parceria com a prefeitura de Uberaba
para colocar essa soja na merenda escolar, tanto na mistura com feijão como no
suco, a fim de divulgar e disseminar o potencial desse grão. A pesquisadora vê
nessa opção de mistura uma possível solução para a nutrição das classes de baixa
renda, mas infelizmente existem gargalos quanto à difusão das sementes dessas
cultivares bem como à adoção de novos processos nas indústrias. A soja
específica para alimentação humana pode, ainda, representar uma estratégia de
diversificação de mercado para o produtor, a agroindústria e o consumidor (uma
saída para a mesmice do dia a dia, melhor e muito mais barata!).
Munidos de um punhado de grãos e ideias deixamos aquele
simpático local, ansiosos para tentar fazer nosso suco caseiro na cozinha
industrial do Barracão..
A tarde fomos recebidos na Ourofino. Conhecemos uma das
mais modernas fábricas de herbicidas, inseticidas e fungicidas do mundo. Uma
empresa nacional com visão, que migrou da área de saúde animal para agricultura
e que pretende estar entre as 5 maiores de mercado nos próximos 10 anos.
Um ponto importante dessa empresa é a sua transparência.
Como Michael Porter, professor de Harvard, argumenta: boas empresas não
escondem sua estratégia, pelo contrário, fazem dela uma bandeira pública. Em
outras palavras: “acreditar no seu taco” faz toda a diferença nesse setor.
Conhecemos um rapaz pronto para mudar as coisas na sua
região também. Espirito inovador, empreendedor nato. O Brasil está cheio de
gente assim… é preciso criar oportunidades… expandir horizontes!! A esse cabe
aqui agradecer toda a ajuda para conseguir a visita na Ourofino.
Voltamos para a república Zero16 para uma cerveja de fim de tarde e o preparo para a partida matinal.
Henrique Zaparoli Marques (Dir²uba F-14), Engenheiro Agrônomo, Pesquisador na Clinica do Leite do Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP, Ex-morador da República Barracão
Jonas Hipolito de Assis Filho (Faxa Rosa F-12), Engenheiro Agrônomo, Investidor em empresas do agronegócio, Ex-morador da República Barracão