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Trump e o Agro (Hulq, F99)
08/10/2020 - Por marco lorenzzo cunali ripoliAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Os pagamentos do governo americano aos agricultores subiram a patamares históricos sob o mandato do Presidente Donald Trump, à medida que o Departamento de Agricultura americano direciona dinheiro para conter as perdas financeiras devido as lutas tarifárias de Trump e da pandemia do coronavírus.
À medida que a agricultura se torna mais e mais dependente do suporte sem precedentes dos contribuintes, especialistas em políticas agrícolas alertam que os subsídios estão crescendo e muito rápido, sem amarras e pouca supervisão do Congresso.
A título de alerta, a ajuda agrícola direta americana subiu a cada ano da presidência de Trump, de US$ 11,5 bilhões em 2017 para mais de US$ 32 bilhões este ano — a maior alta de todos os tempos. Os pagamentos maciços têm sido um benefício político de Trump para os produtores rurais e espera não criarem uma cultura de dependência, à medida que agricultores e pecuaristas trabalham os subsídios de bônus em seus planos financeiros ao fazer grandes investimentos em todo o sistema produtivo.
Especialistas comentam que isso é um problema para a agricultura por não ser uma atividade sustentável uma vez que você está fornecendo aos agricultores tanto dinheiro agora e depois este recurso irá acabar! Existe um grau significativo de confiança/esperança que os agricultores usarão este auxílio de forma sábia, pois o dinheiro vem do contribuinte, arrecadado por meio de impostos.
Em meados de 2018 houve aumento dos gastos, quando o Departamento de Agricultura Americano (USDA) começou a enviar dinheiro para os produtores rurais par reduzir os danos da guerra comercial de Trump, principalmente com a China, que vem provocando tarifas altas que prejudicam as exportações agrícolas e os preços das commodities.
As vendas agrícolas para a China caíram de US$ 19,5 bilhões em 2017 para apenas US$ 9 bilhões no ano seguinte; à medida que os produtores continuaram contabilizar perdas de receitas em 2019. 20% das muitas propriedades rurais chegaram a falência no ano passado, um numero alarmante.
As eleições presidenciais deste ano nos Estados Unidos já geram muito pontos de atenção, dependendo do vencedor muitas incertezas ainda pairam sobre a nova política agrícola e isso, abre oportunidades para o agronegócio brasileiro, independente qual seja o resultado.
O Agro não para!
Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, Ph.D. é Engenheiro Agrônomo e Mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ-USP e Doutor em Energia na Agricultura pela UNESP, executivo, disruptor, multiempreendedor, inovador e mentor. Proprietário da BIOENERGY Consultoria e investidor em empresas. Acesse www.marcoripoli.com