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Um mercado invisível e inexplorado.
18/02/2021 - Por antonio bliska júniorAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Dados do IBGE e de uma pesquisa da empresa McKinsey & Company mostram que ainda são inúmeras as deficiências e dificuldades do empresário rural brasileiro. De acordo com a empresa, apenas 23% dos proprietários rurais tem acesso à internet. Com uso de outros meios, uma fatia mais expressiva, de 57,7% de empresários rurais tem acesso às redes sociais. Considerando-se que nestes casos a qualidade da informação circulante muitas vezes é de procedência duvidosa, conclui-se que a difusão de conhecimento relevante para a atividade agrícola é extremamente precária.
A falta de investimento em educação, extensão rural e infra estrutura básica, composta de estradas, energia elétrica e telefonia/internet compõem um cenário desolador para milhões de empresários rurais à margem do vistoso agronegócio exportador brasileiro. Vivem, trabalham e produzem como na metade do século passado. Como esperar que façam uso de irrigação, refrigeração, automação e toda a miríade de tecnologias já disponíveis no agro brasileiro? Mal comparando, imagine como seria se inúmeros estabelecimentos nas áreas urbanas fossem privados de luz, água, asfalto e telefone e mesmo assim tivessem que produzir bens e serviços.
Podemos então concluir que há no Brasil um mercado invisível e inatingível. Os poderes públicos não conseguem se estruturar para atender essa fatia da população rural. As empresas, encantadas pela música da flauta da mídia digital, de baixo custo, também não querem ir mais longe. Não correm mais nas estradas de “chão”, somente nas de fibras. Eliseu Roberto de Andrade, o “pai da Embrapa” em entrevista ao repórter Vinicius Valfré, afirmou: “Integrar na agricultura moderna os milhões de produtores que ainda estão à margem” é um desafio a vencer. Superar esse desafio traria ainda melhores condições de vida e progresso ao campo e, consequentemente, ao país como um todo.
O texto acima é o editorial da REVISTA PLASTICULTURA de nov/dez de 2020.
Chegando mais longe, sem internet, os exemplares impressos e, com internet, os exemplares digitais da Revista Plasticultura mostram nesta edição (Número 75) mais um negócio de bilhões que o Brasil está desperdiçando para outros países competidores devido à morosidade de nossos legisladores. Falamos da Cannabis, em seu uso medicinal, que desponta como a mais nova vedete da indústria farmacêutica. Mostramos ainda a gregação dde valor no cultivo da pimenta; a urgência da rastreabilidade imposta pelo mercado; o potencial da biotecnologia no enfrentamento das mudanças climáticas e mais outras idéias e informações que somente quem ler irá saber.