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Um Sábado de Rugby (Equino F00)

12/10/2015 - Por stael prata silva neto
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Ainda me lembro quando voltei a jogar com o time da Esalq em julho deste ano depois de 15 anos de formado. A emoção de pisar novamente naquele gramado, reviver momentos inesquecíveis que me levou a um sentimento de felicidade plena, um sentimento que me tocou profundamente.

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 Neste período estive ao lado de grandes novos amigos que me acolheram com todo carinho e me ajudaram a enfrentar meus desafios, meus medos, e encontrar meu caminho numa nova fase da minha vida. Muitas coisas boas aconteceram em minha vida nestes últimos meses e, em grande, o apoio e companheirismo deste time foi fundamental e me tornou numa pessoa melhor.

 Jogamos alguns amistosos neste período preparando o time para o campeonato do próximo ano. Ganhamos alguns jogos e perdemos outros. Porém crescemos como um time, construímos uma família, onde cada um pode olhar nos olhos dos seus companheiros e ter a certeza que eles estarão ao seu lado em campo para lhe apoiar, empurrar e ganhar mais um metro juntos, defender nosso espaço como defendemos nossa família.

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 Depois de três meses juntos, esperando cada dia dos amistosos para estarmos em campo juntos chegou o dia de estarmos em lados opostos, um dia difícil para mim. Jogar ao lado dos Doutores contra o meu time, o time de alunos e jogadores da Esalq e de Piracicaba.

 Ao mesmo tempo o sentimento de encontrar novamente grandes amigos era especial, alguns daqueles que me ensinaram a jogar e que eu admirava e me espelhava em campo. Lembro-me do dia quando comecei a treinar e escutava o Sabugo, o Pavor e o Lepra me ensinando como jogar, e jogar com eles em campo era um grande privilégio.

 Neste ano vieram muitos ex-jogadores, mais velhos e mais pesados, mas com a mesma vontade de jogar e estar juntos em campo pelo menos por alguns minutos. Estava feliz em ver muitos deles presentes, um time completo e com banco de reservas, como a muito tempo não acontecia.

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 Ainda estava um pouco dividido, jogar contra meus novos amigos não seria fácil depois de um longo período juntos. Mas neste dia poderíamos tentar ensiná-los alguma coisa, mostrar para eles a importância que o time representava para nós ex-alunos, mostrar o amor que sentíamos pelo A da nossa camisa e que acima de tudo que lutaríamos em campo para vencer a manter a tabu da invencibilidade dos Doutores vivos.

 Este ano não seria fácil e eu sabia muito bem a dificuldade que seria em vencer, pois estava jogando ao lado deste time nos últimos meses, sabia o quanto o time tinha evoluído e, acima de tudo, sabia a vontade que eles tinham em vencer este jogo e encaravam o mesmo como o jogo do ano para eles.

 Do nosso lado, não havia um grande plano. Todos pesados, com uma média de 40 anos para cima e muitos sem jogar há mais de um ano ou mais. Lembro-me quando nos abraçamos antes do jogo e conversamos sobre o que fazer, como impedir os meninos de jogar em velocidade e nos cansar. Foi quando alguém disse: “vamos jogar em família”, vamos todos jogar juntos e usar o que temos de melhor, nosso peso e nossa força para empurrar o outro time. Vamos todos jogar juntos, um próximo do outro e unidos como uma grande família.

 Foi um jogo muito bom, um jogo equilibrado, duro, mas muito gostoso de ser jogado. Existem alguns dias na nossa vida que não queremos nos esquecer e tenho certeza que este sábado ficará na memória e na lembrança de quem esteve presente.

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 Também tenho certeza que o atual time da escola vivenciou um dia especial de rugby e enfrentou um time que, apesar de todas as dificuldades, deu o seu melhor, jogou como se fosse o último jogo da sua vida e viveu um sentimento de felicidade que só acontece ali dentro dos gramados.

 

Quanto ao placar, o tabu continua !!!!

 

Stael Prata Silva Neto (Equino F00) Engenheiro Agrônomo, Trabalha na BASF e é ex morador da Republica Mata Burro 

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