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Você é um invejoso? (Vavá; F66)

15/11/2018 - Por evaristo marzabal neves
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Você é um invejoso?

Evaristo Marzabal Neves (Vavá F-66)

A inveja, desde que o mundo foi criado, ronda o ser humano. Penetra com tal intensidade que anula a pessoa. A inveja o contamina profundamente como sentimento enraizado em seu íntimo. E, aí, fica corroendo É tão antigo este sentimento que o filósofo grego Antístenes (444-371 a.C.) já dizia que “A inveja consome o invejoso como a ferrugem o ferro”.

O que é a inveja? Do latim envidia, um dos sete pecados capitais, é um sentimento de pesar ou de desgosto em face da felicidade de outrem, ou ainda, desejo violento de possuir o bem alheio.

“Como explicar a perpetuidade da inveja? Um vício que não contribui para nada (H. Balzac)” e o próprio H. de Balzac emendava “A inveja é o mais estúpido dos vícios, pois na há nenhuma vantagem obtida com ela”. Existe dentro da família, em seu ambiente de trabalho, na sociedade, em todo lugar.

Deus nos deu dons, que não são iguais para todos. Mas o invejoso não consegue enxergar os talentos que possui para desenvolver e crescer. Obcecado e possuído por este pecado capital, perde tempo invejando os talentos de outrem e, desta forma, se anula e fica enraivecido com o crescimento do outro.

Dentro da família é um sentimento terrível, pois os desabafos são ferinos e machucam. No ambiente de trabalho também, pois o sentimento de inveja vem recheado de recalques e ressentimentos onde o invejoso não consegue se nivelar ou superar o outro, causando baixa em sua auto-estima.

O invejoso na organização é um mal, pois tenta minar a quem inveja e a equipe se fragiliza, pois ele “não passa a bola” ao invejado ou, se passa, tenta jogar o outro “numa fria”.

É comum florescer em organizações onde se estimula a individualidade. Basta alguém alcançar o sucesso para que um próximo se apresente em “conversas de corredor” para apontar este ou aquele defeito do invejado, tentando desmerecer sua conquista.

Em seu artigo “A receita de sucesso de Adib Jatene” (Sinapse – Folha de São Paulo, 31/05/05, p. 19), Gilberto Dimenstein cita que o Dr Dante Pazzanese influenciou a vida do Dr. Jatene com uma frase: “Você deve combater sempre dois sentimentos. A inveja, que não nos deixa reverenciar quem é melhor do que a gente, e a vaidade, que nos faz esquecer que sempre temos algo a aprender com as pessoas”. O que Dr. Pazzanese passava não era uma lição de auto-ajuda. É apenas a receita do sucesso. “Quando a pessoa é talentosa, esforçada e ainda está disposta a aprender sempre – e não se perde em invejas e vaidades -, tende a chegar ao ponto mais alto da carreira profissional”.

Agora, diga-me: você é um ser invejoso? Se disser que não, direi: Arre! Encontrei um, que não sei julgar se sua expressão é verdadeira ou não. Na dúvida, cabe a você a resposta.

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Evaristo Marzabal Neves, Prof. Senior. E-mail: emneves@usp.br

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