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Você sabe o que é Crowdfunding? (Di-Mark F14)

05/11/2015 - Por vitor hugo medeiros dhers
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Há uns dias atrás estive conversando com alguns amigos sobre uma campanha de crowdfunding que pretendo fazer em breve. Eu confesso ter me espantado que muitos sequer sabiam de que se tratava esse crowd-o-quê? Então achei legal escrever um pouco. Embora não seja exatamente novo, o crowdfunding é ainda bastante desconhecido no Brasil.
Vamos primeiro investigar de forma morfológica esse anglicismo. A palavra "crowdfunding", do inglês (num diga!) é a junção das palavras "crowd" + "funding" , que significam "multidão" e "financiamento", respectivamente. Na verdade, o "crowdfuding" pode ser semanticamente traduzido como "financiamento coletivo", uma ferramenta alternativa de financiamento de projetos.
Expressões parecidas como "crowdservice" (pessoas que respondem a perguntas dos outros, como no eBay) e "crowdsourcing" ( quando o Google ou o Facebook propõem pagar dinheiro para encontrar falhas de seguranças em seus sites, por exemplo) estão cada dia mais comuns. Esses fenômenos de colaboração coletiva é relativamente recente. Com o desenvolvimento da internet, fica mais fácil para pessoas comunicarem-se e juntarem-se através dela (da interwebs) para promover objetivos comuns; a internet e seu "ethos" social peculiar permitem promover-se um ambiente favorável para o compartilhamento de ideias, da ajuda voluntária e de livre-mercado (cada vez mais vemos como o setor privado é eficiente!).
Mas, não estou aqui exatamente para divagar sobre esses fenômenos, apenas para apresentar a ideia geral do crowdfunding. O crowdfunding pode ser usado para viabilizar muitos projetos. Geralmente, ele é usado para desenvolver projetos de invenções, inovações, cultura e ajuda voluntária (você pode ver os projetos com maior arrecadação aqui https://www.kickstarter.com/discove... um dos sites mais populares de financiamento coletivo dos EUA). O financiamento coletivo também tem suas limitações óbvias, embora tenha havido projetos que já angariaram mais de 20 milhões de dólares (o caso dos relógios inteligentes Pebble - https://www.kickstarter.com/project...), não é comum que os projetos excedam um escopo de 300 mil dólares. No Brasil, a plataforma mais popular de financiamento coletivo é a Kickante - http://www.kickante.com.br/ - que já teve campanhas de até um milhão de reais (para vocês verem como esse é um mercado com bastante oportunidade de crescimento no país).
O processo funciona mais ou menos assim, o projetista cria seu projeto, sua ideia (pode ser desde uma invenção, um livro, uma obra cultural a um empreendimento), eventualmente cria um vídeo (chamado pitch) explicando-a e inicia uma campanha em uma plataforma de financiamento coletivo . Cada pessoa contribue com aquilo que acha devido para financiar a campanha. Esse projetos oferecem opicionalmente "perks" (recompensas) para aqueles que contribuem, e de acordo com o montante contribuído. No caso do Brasil, a Kickante promove contratos com exigência legal para o pagamento dessas recompensas (além, também de deixá-las serem parceladas em até 6 vezes). Usualmente essas recompensas são os produtos dos projetos de invenção, livros de autores em lançamento, produtos ou vales-compra de empreendedores, cds de grupos musicais, etc; algumas recompensas são mais personalizadas, como viagens, palestras, apresentações e tutti quanti.
Cada projeto de crowdfunding tem um período definido de arrecadação (de 30 a 60 dias), após o recebimento de todas essas contribuições, o dinheiro é direcionado para os projetistas, que pagam uma taxa sobre esse total para o site que hospedou a campanha (no caso da Kickante essa taxa varia entre 17,5%, para campanhas não financiadas integralmente e 12%, para campanhas que atingiram sua meta de financiamento). A partir daí, os contribuintes poderão receber suas recompensas conforme descrito no enunciado de cada contribuição.
A parte mais positiva do financiamento coletivo talvez não seja o recebimento de fundos de maneira alternativa e com custo reduzido. Campanhas do gênero geram alto índice de engajamento por parte dos seus contribuintes. Por contribuírem com idéias que acreditam valer a pena, os contribuintes passam a encarar o projeto como se também fosse seu. Eles são patrocinadores de ideias que esperam dar certo, e além de contribuir financeiramente para elas, também contribuem com o "hype" compartilhando a ideia.
Fica aí uma dica para aqueles que desejam achar maneiras alternativas para o financiamento. Para pequenos negócios ou projetos independentes, o crowdfunding vem surgindo como eficiente ferramenta de financiamento alternativo, ainda mais em períodos de crédito escasso.
Vitor Dhers (Di-Mark F14) - é Graduado Ciências Econômicas, ex-morador da Republica Malók.
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